Coreia do Norte proíbe demonstrações de felicidade por 11 dias pelo aniversário da morte de ex-ditador

Aniversário de morte de Kim Jong-il
Homenageado é Kim Jong-il, pai do atual ditador Kim Jong-Un (Divulgação/KCNA)

Demonstrações de alegria estão proibidas durante 11 dias na Coreia do Norte. A medida governamental é uma homenagem aos 10 anos da morte de Kim Jong-il, pai do atual ditador Kim Jong-Un. Dentre as restrições, estão a proibição do consumo de bebidas alcoólicas e rir explicitamente.

De acordo com o jornal britânico Daily Mail, a população norte-coreana não pode sorrir, dar risadas, praticar atividades de lazer e consumir bebidas alcoólicas enquanto durarem os dias oficiais de luto. Na última sexta-feira (17), dia exato do falecimento do ex-ditador, as pessoas foram proibidas até mesmo de ir às compras.

No último dia 17, o governo realizou uma cerimônia em homenagem a Kim Jong-il e seu pai, Kim Il Sung, o fundador da Coreia do Norte. Com bandeiras hasteadas a meio mastro, a população prestou respeito ao se inclinar, em silêncio, em direção a um mural que apresentava retratos dos ex-líderes. Além disso, os cidadãos depositaram flores no local.

Um morador do país ainda relatou à Radio Free Asia (RFA) que os norte-coreanos estão impedidos de celebrarem os próprios aniversários enquanto durarem as homenagens. Quem desrespeitar a medida imposta pelo governo está sujeito à prisão.

Kim Jong-un no comando

O Rodong Sinmun, jornal oficial do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, publicou editoriais elogiando a “liderança revolucionária” protagonizada por Kim Jong-il em vida. Ao mesmo tempo, a imprensa pediu à população que seguisse devotada ao filho, atual ditador do país. “Com o respeitado líder Kim Jong-Un no centro, devemos fortalecer nossa lealdade partidária e revolucionária”, afirmou o veículo.

Kim Jong-il comandou a Coreia do Norte de 1994 até 2011, ano em que sofreu um ataque cardíaco que o levou a óbito. A notícia de que Kim Jong-Un seria o substituto foi revelada apenas no enterro do pai. O atual líder exige ser chamado de Suryong, ou “dirigente supremo”, um título reservado, até então, ao avô, Kim II-sung.

Desde que a família Kim assumiu o controle, a Coreia do Norte adquiriu mísseis de longo alcance e armas nucleares. No ano passado, a nação fechou as fronteiras devido à propagação da Covid-19, o que afetou suas relações econômicas já estremecidas pelas sanções internacionais derivadas de seus programas de armamento.

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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