O procurador-geral do Irã anunciou a suspensão da chamada “polícia da moralidade”, em meio ao terceiro mês de protestos no país. As manifestações começaram após a morte de Mahsa Amini.
A jovem de 22 anos foi presa por infringir o código de vestimentas das mulheres iranianas, ao deixar uma mecha do cabelo aparecer sob o véu.
Segundo a Al Jazeera, o procurador-geral Mohammad Jafar Montazeri disse no sábado (3) que as operações da polícia da moralidade acabaram.
Ele afirmou que essa polícia “não tem conexões com o Judiciário e foi encerrada pelo mesmo lugar na qual ela surgiu no passado”.
Montazeri também disse que o parlamento e outro órgão competente avaliam uma modificação da lei sobre a obrigatoriedade do uso do véu. No entanto, ele não especificou qual seria a mudança.
Apesar das declarações, ainda segundo a Al Jazeera, não há outras confirmações de que o trabalho da patrulha que atua pela “segurança moral” tenha terminado. Montazeri também não deixou claro se a decisão é permanente.
E não há nada que indique que a lei que impõe regras de vestimentas será encerrada.
Polícia da moralidade
Os agentes da polícia da moralidade do Irã circulavam pelas cidades em vans verdes e, na maior parte do tempo, ordenavam que mulheres que andavam pelas ruas consertassem seus véus islâmicos.
Em caso de desobediência, eles levavam as mulheres aos chamados “centros de reeducação”. De acordo com a Al Jazeera, as vans da polícia moral não foram vistas em Teerã ou em outras cidades recentemente.
Mahsa Amini, presa em setembro, foi levada a um desses centros. Ela supostamente sofreu um derrame e morreu em um hospital de Teerã, após passar três dias em coma.
Apesar de a autópsia afirmar que a jovem morreu como resultado de condições pré-existentes, a família dela acredita que ela foi espancada.