A reunião entre representantes da Rússia e da Ucrânia, primeira desde a invasão que voltou a atenção do mundo para o Leste europeu, terminou sem acordo nesta segunda-feira (28). A conversa, que se estendeu por cerca de cinco horas, aconteceu na fronteira da Ucrânia com a Bielorússia.
De acordo com a AP News, os representantes de cada país não chegaram a um consenso, porém devem se reunir novamente para continuar a negociação. Além de interromper o conflito armado, o governo ucraniano pretende negociar a retirada das tropas russas de seu território.
Por outro lado, a Rússia espera que a Ucrânia entregue suas armas, não entre na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e declare neutralidade. Um alto conselheiro de Zelenskyy, Mykhailo Podolyak, disse que as negociações podem ter uma segunda rodada “no futuro próximo”.
Já um assessor de Putin e chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, disse que os enviados “encontraram certos pontos sobre os quais poderiam ser previstas posições comuns”. Durante as discussões era possível ouvir o bombardeio em Kiev. O país vive seu quinto dia de ataque e a capital permanece cercada de tropas russas. O governo bielorrusso afirmou que, durante as negociações, não haveria ação militar.
Assembleia da ONU
Após o início do conflito, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma sessão emergencial da Assembleia Geral da entidade. O objetivo é discutir a punição da Rússia e de seu presidente, Vladimir Putin.
Além disso, a Ucrânia entrou com um pedido de participação na UE (União Europeia) ainda nesta segunda-feira. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy , postou fotos assinando o pedido. Entretanto, esse ato ainda é simbólico, uma vez que pode levar anos para se tornar realidade.
Invasão russa
O exército da Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada da última quinta-feira (24). Pouco depois de anunciar que o país do Leste europeu havia decidido realizar uma operação militar especial no território ucraniano, explosões foram relatadas em diversos pontos do país.
Pelo menos 102 civis na Ucrânia foram mortos desde o início do conflito e 304 ficaram feridos. A chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, afirma que é possível que o número real seja “consideravelmente maior”.
Já de acordo com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados, mais de meio milhão de pessoas fugiram para países vizinhos.
