Talibã revoga permissão e adia retorno a escolas secundárias para meninas

Estudantes do Afeganistão maiores de 12 anos não tem previsão de volta as aulas
Estudantes do Afeganistão maiores de 12 anos não têm previsão de volta às aulas (FOTO ILUSTRATIVA: Wanman uthmaniyyah/Unsplash)

O Talibã descumpriu uma promessa anunciada na tomada de poder e decidiu manter as escolas secundárias para meninas fechadas. O novo regime prometeu reabrir o acesso das mulheres à educação no dia 21 de março, sete meses após a interdição. Entretanto, essa semana os governantes reverteram a decisão e determinaram que as instituições ficarão fechadas por tempo indeterminado.

De acordo com o Hindustan Times o Talibã manterá a proibição às mulheres até que o governo implemente políticas que devem estar em conformidade com “princípios da lei islâmica e da cultura afegã”, incluindo restrições ao vestuário. A nova definição gerou confusão entre as estudantes que já se preparavam para o novo ano letivo.

A informação foi confirmada pelo porta-voz Talibã Inamullah Samangani. Algumas escolas para alunas até o 6° ano estão abertas e mulheres são autorizadas a “visitar as universidades”. Porém, há mudança no prazo de reabertura das escolas de 7° até o Ensino Médio preocupam.

Anteriormente, o Ministério da Educação afegão havia anunciado o reinício das aulas para as meninas em várias províncias, incluindo a capital Cabul. “Não estamos reabrindo escolas para agradar à comunidade internacional, nem para obter o reconhecimento do mundo”, disse o porta-voz do ministério Aziz Ahmad Rayan, na época.

Restrições

Durante seus sete meses de governo, o regime Talibã impôs várias restrições às mulheres e fizeram muitas fugirem do país. As mulheres foram proibidas de exercer cargos públicos, criaram-se regras rígidas de vestimenta e elas forma proibidas de viajar sozinhas. Várias ativistas foram detidas durante esse período. Muitos pais temem deixar suas filhas saírem sozinhas de casa.

Além disso, a organização não governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch questionou a motivação das meninas para estudar. “Por que é que você e sua família fariam enormes sacrifícios para estudar, se nunca poderão ter a carreira que sonharam”, disse Sahar Fetrat, assistente da HRW.

Giulia Di Napoli[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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