O Talibã descumpriu uma promessa anunciada na tomada de poder e decidiu manter as escolas secundárias para meninas fechadas. O novo regime prometeu reabrir o acesso das mulheres à educação no dia 21 de março, sete meses após a interdição. Entretanto, essa semana os governantes reverteram a decisão e determinaram que as instituições ficarão fechadas por tempo indeterminado.
De acordo com o Hindustan Times o Talibã manterá a proibição às mulheres até que o governo implemente políticas que devem estar em conformidade com “princípios da lei islâmica e da cultura afegã”, incluindo restrições ao vestuário. A nova definição gerou confusão entre as estudantes que já se preparavam para o novo ano letivo.
A informação foi confirmada pelo porta-voz Talibã Inamullah Samangani. Algumas escolas para alunas até o 6° ano estão abertas e mulheres são autorizadas a “visitar as universidades”. Porém, há mudança no prazo de reabertura das escolas de 7° até o Ensino Médio preocupam.
Anteriormente, o Ministério da Educação afegão havia anunciado o reinício das aulas para as meninas em várias províncias, incluindo a capital Cabul. “Não estamos reabrindo escolas para agradar à comunidade internacional, nem para obter o reconhecimento do mundo”, disse o porta-voz do ministério Aziz Ahmad Rayan, na época.
Restrições
Durante seus sete meses de governo, o regime Talibã impôs várias restrições às mulheres e fizeram muitas fugirem do país. As mulheres foram proibidas de exercer cargos públicos, criaram-se regras rígidas de vestimenta e elas forma proibidas de viajar sozinhas. Várias ativistas foram detidas durante esse período. Muitos pais temem deixar suas filhas saírem sozinhas de casa.
Além disso, a organização não governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch questionou a motivação das meninas para estudar. “Por que é que você e sua família fariam enormes sacrifícios para estudar, se nunca poderão ter a carreira que sonharam”, disse Sahar Fetrat, assistente da HRW.