Ucrânia rejeita ultimato da Rússia para entregar a cidade de Mariupol

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Ucrânia não aceitou ultimato russo, que pedia cidade e deposição de armas (Reprodução/@sempreguerra/Twitter)

A Ucrânia rejeitou o ultimato da Rússia para entregar a cidade de Mariupol e depor as armas por parte dos militares ucranianos. O governo russo deu a proposta final nesse domingo (20), e a Ucrânia tinha até 5h da manhã de hoje (21) como prazo para responder. A vice-primeira-ministra do país, Iryna Vereshchuk, anunciou que a cidade portuária não vai se render e pediu a abertura de corredores humanitários.

“Não pode haver nenhuma rendição, deposição de armas. Já informamos o lado russo sobre isso”, afirmou Iryna, segundo a Reuters. A proposta da Rússia era de que, após a rendição de Mariupol, abririam-se corredores humanitários para evacuar civis que estão na cidade, que sofre com desabastecimento.

Mariupol é a cidade mais atingida pelos bombardeios russos, que começaram em 24 de fevereiro. O local está sem água, eletricidade e gás. Os moradores também estão sofrendo com escassez de comida e de remédios.

Pedido de rendição

O diretor do Centro Nacional Russo de Gerenciamento de Defesa, Mikhail Mizintsev, havia pedido aos ucranianos para que se rendessem, por meio de nota distribuída pelo Ministério da Defesa da Rússia.

“Uma terrível catástrofe humanitária está acontecendo. Todos os que baixarem as armas têm a garantia de uma passagem segura para fora de Mariupol”. Ele ainda acusa os próprios ucranianos de estarem assassinando seus cidadãos.

Civis estão cercados em Mariupol

Antes da guerra, Mariupol abrigava cerca de 400 mil pessoas. Agora, centenas de milhares de civis ucranianos estão cercados na cidade portuária, que fica a aproximadamente 60 quilômetros da fronteira com a Rússia e está situada no Mar de Azov.

A cidade possui localização estratégica para a Rússia, que quer ter entrada terrestre para a Ucrânia e ligação com a Crimeia – que foi anexada pelos russos em 2014. O presidente russo, Vladimir Putin, chama a guerra de “operação militar especial” e diz estar defendendo a Ucrânia de um governo “nazista”.

Já o Ocidente acusa a Rússia de usar essas acusações como pretexto para invadir e tomar o país. A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou que pelo menos 902 civis morreram até a meia-noite do último sábado (19), embora o número real seja provavelmente muito maior.

A agência de refugiados da ONU, Acnur (Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), informou que 10 milhões de ucranianos acabaram sendo deslocados, incluindo cerca de 3,4 milhões que fugiram para países vizinhos, como a Polônia.

Rússia bombardeia escola

Ontem (20) pela manhã, as tropas russas bombardearam uma escola em Mariupol que abrigava cerca de 400 pessoas. A informação foi compartilhada pelo conselho municipal da cidade ucraniana, por meio de canal no Telegram (relembre aqui).

“Sabe-se que o prédio foi destruído, e pessoas ainda estão sob os escombros. As informações sobre o número de vítimas estão sendo esclarecidas”, dizia o anúncio. De acordo com o conselho, havia mulheres, crianças e idosos no local.

Em outra mensagem divulgada no grupo, o órgão ainda informava que alguns moradores de Mariupol estão sendo deportados à força para a Rússia. A cidade portuária está cercada pelas tropas russas há semanas e vem sendo alvo de bombardeios constantes.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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