Uma vistoria da ANM (Agência Nacional de Mineração) em Santa Bárbara, na Região Central de Minas Gerais, encontrou uma trinca de 300 metros na barragem CDS II, da AngloGold Ashanti, na Mina Córrego do Sítio. A agência inseriu a construção no nível 1 de emergência diante da situação, que já foi informada ao Ministério Público.
Em contato com o BHAZ, a Defesa Civil de Santa Bárbara confirmou a trinca na barragem. A ANM informa que uma equipe compareceu ao local no último dia 23, acompanhada do procurador da República Carlos Bruno. Já no dia 25, retornou após ser comunicada sobre a existência da rachadura.
Nível de emergência 1 em barragem
Ainda conforme a ANM, a Anglo Gold reportou, na última quinta (1º), a aparição de uma nova trinca de 80 metros. Diante dos fatos, o órgão inseriu a barragem CDS II em nível de emergência 1.
“Realizaram-se reuniões com a empresa sobre as trincas identificadas que estão sendo tratadas para retorno da situação de normalidade. A Defesa Civil e MPs já foram informados e uma equipe da ANM está no local acompanhando o caso”, diz o comunicado.
A agência diz que “monitora a situação e as ações da empresa e da consultoria geotécnica para sanar o problema”.
O que diz a AngloGold?
Em contato com BHAZ, a AngloGold Ashanti informa que estabeleceu o nível de urgência preventivamente. Neste nível, segundo a mineradora, não há necessidade de acionamento de sirenes ou evacuação da zona de altossalvamento, pois não há risco iminente de rompimento.
“A barragem segue sem alteração em sua estrutura e está segura e estável.
A medida foi adotada pelo processo de monitoramento estabelecido ter indicado uma nova trinca na barragem, de característica semelhante às anteriores”, informa.
A AngloGold Ashanti ainda explica que as obras do contrapilhamento, parte do processo de descaracterização, permanecem paralisadas. “Importante ressaltar que as trincas continuam sendo monitoradas constantemente. A próxima etapa será de selamento das trincas, após concluída a fase de estabilização”, acrescenta (leia nota abaixo na íntegra).
Em comunicado emitido ontem, a empresa afirma que adota o sistema de deposição de rejeitos 100% a seco desde 2022 e a barragem está em processo para descaracterização e fechamento. As trincas em questão não chegam a um centímetro de espessura.
Trinca em barragem em Santa Bárbara
Em outubro do ano passado, a mesma barragem chegou a ser colocada em nível 1 de alerta após o surgimento de um trinca. À época, a mineradora afirmou que o procedimento fazia parte do plano de ação de emergência para barragens de mineração e descartou risco de rompimento.
“[Uma trinca de centímetros de largura] é comum em uma estrutura que passa por obras de reforço”, disse a AngloGold Ashanti à reportagem em outubro.
Nota da AngloGold Ashanti
“A AngloGold Ashanti informa que, de forma preventiva, estabeleceu nível 1 de emergência para a Barragem de CDS-II, localizada em Santa Bárbara (MG). Neste nível, não é necessário o acionamento de sirenes ou a evacuação da zona de autossalvamento, pois não há risco iminente de rompimento. A barragem segue sem alteração em sua estrutura e está segura e estável.
A medida foi adotada pelo processo de monitoramento estabelecido ter indicado uma nova trinca na barragem, de característica semelhante às anteriores.
As obras do contrapilhamento, parte do processo de descaracterização, permanecem paralisadas. Importante ressaltar que as trincas continuam sendo monitoradas constantemente. A próxima etapa será de selamento das trincas, após concluída a fase de estabilização.
As autoridades competentes estão sendo envolvidas, sendo que a estrutura já recebeu nos últimos dias vistorias da Agência Nacional de Mineração (ANM) e da Defesa Civil.
A barragem CDS II possui videomonitoramento 24h e passa por inspeções e monitoramentos constantes. Além disso, conta com todas as licenças legais e a declaração de condição de estabilidade emitida por auditoria externa em março de 2023.
Em caso de dúvidas, os moradores da região podem entrar em contato com o nosso canal de relacionamento: 0800 72 71 500.”
