Fêmur com prótese e couro cabeludo são encontrados em Brumadinho nesta semana

07/02/2025 às 09h23
Fêmur segmentos
Tenente Henrique Barcellos, porta-voz da corporação, confirma que entre os segmentos encontrados está um fêmur com prótese e um porção de couro cabeludo. (Reprodução/CBMMG)

Um fêmur com prótese e partes de um couro cabeludo estão entre os segmentos encontrados nessa quinta-feira (6) em Brumadinho, por equipes que seguem nas buscas de desaparecidos vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, da Vale. Os restos mortais foram localizados no Remanso 4 e já estão com a perícia da Polícia Civil para realizar a identificação

“Os segmentos têm alta probabilidade de serem de corpo humano, mas a confirmação final será feita pela perícia da Polícia Civil. O segmento de maior interesse trata-se de um fêmur, e este contém uma prótese. Por isso, é de relevância dentro dos nossos protocolos, pois aumenta a probabilidade de identificação”, explicou o tenente Henrique Barcellos, porta-voz dos bombeiros, em coletiva de imprensa.

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O local onde foram encontrados os segmentos está a aproximadamente 1,5 km do pontilhão da linha férrea e a 2 km da pousada Nova Instância, pontos que ficaram marcados pela tragédia. Conforme destacou Barcellos, a equipe está na oitava estratégia de atuação, que consiste em secar rejeitos antes da triagem, acelerando a localização de materiais relevantes.

Para os bombeiros, a descoberta recente é um sinal de esperança. “Todos os bombeiros de Minas Gerais passaram pela operação Brumadinho. A sensação é de que estamos no caminho certo e cumprindo nosso dever de vistoriar todo o rejeito”, concluiu Barcellos.

A Operação Brumadinho segue em busca das vítimas do desastre ocorrido em janeiro de 2019. A última identificação foi registrada em dezembro de 2022, sendo um homem de 55 anos à época da tragédia. A identificação aconteceu após 1.021 dias de missão. As pessoas ainda não encontradas são Maria de Lurdes da Costa Bueno, então com 59 anos, Natália Porto de Oliveira, 25 anos, e Tiago Tadeu Mendes da Silva, 34 anos. 

O rompimento liberou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, que soterraram a região, contaminaram o rio Paraopeba e destruíram a biodiversidade.

No âmbito jurídico, o caso avança lentamente. A Justiça Federal analisa as acusações contra executivos da Vale e da Tüv Süd, empresa responsável pela declaração de estabilidade da barragem. Eles respondem por homicídio doloso e crimes ambientais, mas, até o momento, ninguém foi condenado.

Seis anos da tragédia

No último dia 31, o CBMMG inaugurou, na sede da Academia do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, na região da Pampulha, e BH, um memorial para honrar as vítimas e destacar a importância do trabalho dos militares na operação.

O monumento é formado por peças retiradas pela corporação da área atingida pelo rejeito de minério durante os trabalhos. Dentre elas, há pedaços de ferro e aço de estruturas retorcidas, pneus de veículos engolidos pela onda de lama e a réplica de uma bandeira do Brasil localizada durante as buscas. Além disso, um grande destaque do projeto é a estátua de um bombeiro em tamanho real.

No dia 25 de janeiro deste ano, fez seis anos que a barragem estourou na Mina de Córrego do Feijão.

Lavínia Fernandes

Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

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Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

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