CNJ recebe pedido para investigar juíza de MG que incentiva aglomeração

juíza ludmila
Magistrada postou vídeo ensinando como andar sem máscara no shopping (Reprodução/@ludmilagrilo/Twitter)

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recebeu uma representação solicitando que a juíza Ludmila Lins Grilo seja investigada após compartilhar mensagens com a hashtag #AglomeraBrasil. As publicações aconteceram no momento em que o país registra aumento no número de casos e de mortes pelo novo coronavírus. A magistrada é do TJMG, da Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Unaí, no Noroeste de Minas.

Na noite de ontem (4), a juíza postou um vídeo ensinando como “andar sem máscara no shopping de forma legítima”. A prática, segundo ela, é para não ser “admoestado e ainda posar de bondoso: compre um sorvete, pendure a máscara no pescoço ou na orelha, para afetar elevação moral; caminhe naturalmente”. “O vírus não gosta de sorvete”, disse.

Segundo o CNJ, no dia 3 de janeiro foi protocolada “uma reclamação disciplinar contra a magistrada”. “O CNJ analisará o caso”, informou ao BHAZ. No mesmo dia em que a reclamação foi recebida, a juíza publicou nas redes sociais uma foto onde aparece em uma pizzaria com os dizeres: “Parei pra comer uma pizza aqui, rapidão. Pizzaria tá cheia, mas não se preocupem: como já estou sentada, o vírus passa por cima”.

A magistrada, logo no primeiro dia de 2021, gravou um vídeo mostrando pessoas andando sem máscaras pelas ruas das Pedras, em Búzios, no Rio de Janeiro. “Uma cidade que resiste à estupidez. Uma cidade que não se entregou docilmente ao medo, histeria ou depressão. Aqui, a vida continua. Foi maravilhoso passar meu réveillon nessa vibe”.

Repercussão

Nos comentários das publicações, os internautas se dividem entre apoio e repulsa ao que a juíza posta. “Top das galáxias. A liberdade é um bem de valor incalculável”, “Por mais juízes e juízas de coragem e bravura como você”, “Quem tem medo de viver já está morto”, escreveram apoiadores.

“Lamentável uma postura tão negacionista vir de uma magistrada. Há nos o judiciário está depressivo em sua escolha de juízes, com poucas exceções”, “Uma cidade sem leito de UTI! Uma alienação que destrói vidas e desrespeita os profissionais de saúde”, repudiaram outros.

Nota do CNJ

“No dia 3 de janeiro, foi protocolado uma reclamação disciplinar contra a magistrada. O CNJ analisará o caso”.

Edição: Vitor Fernandes
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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