O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recebeu uma representação solicitando que a juíza Ludmila Lins Grilo seja investigada após compartilhar mensagens com a hashtag #AglomeraBrasil. As publicações aconteceram no momento em que o país registra aumento no número de casos e de mortes pelo novo coronavírus. A magistrada é do TJMG, da Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Unaí, no Noroeste de Minas.
Na noite de ontem (4), a juíza postou um vídeo ensinando como “andar sem máscara no shopping de forma legítima”. A prática, segundo ela, é para não ser “admoestado e ainda posar de bondoso: compre um sorvete, pendure a máscara no pescoço ou na orelha, para afetar elevação moral; caminhe naturalmente”. “O vírus não gosta de sorvete”, disse.
Passo a passo para andar sem máscara no shopping de forma legítima, sem ser admoestado e ainda posar de bondoso:
— Ludmila Lins Grilo (@ludmilagrilo) January 4, 2021
1- compre um sorvete.
2- pendure a máscara no pescoço ou na orelha, para afetar elevação moral;
3- caminhe naturalmente. pic.twitter.com/bmuS7eGEnL
Segundo o CNJ, no dia 3 de janeiro foi protocolada “uma reclamação disciplinar contra a magistrada”. “O CNJ analisará o caso”, informou ao BHAZ. No mesmo dia em que a reclamação foi recebida, a juíza publicou nas redes sociais uma foto onde aparece em uma pizzaria com os dizeres: “Parei pra comer uma pizza aqui, rapidão. Pizzaria tá cheia, mas não se preocupem: como já estou sentada, o vírus passa por cima”.
Parei pra comer uma pizza aqui, rapidão. Pizzaria tá cheia, mas não se preocupem: como eu já estou sentada, o vírus passa por cima.? ✌️ pic.twitter.com/S7soaQV9EQ
— Ludmila Lins Grilo (@ludmilagrilo) January 4, 2021
A magistrada, logo no primeiro dia de 2021, gravou um vídeo mostrando pessoas andando sem máscaras pelas ruas das Pedras, em Búzios, no Rio de Janeiro. “Uma cidade que resiste à estupidez. Uma cidade que não se entregou docilmente ao medo, histeria ou depressão. Aqui, a vida continua. Foi maravilhoso passar meu réveillon nessa vibe”.
Repercussão
Nos comentários das publicações, os internautas se dividem entre apoio e repulsa ao que a juíza posta. “Top das galáxias. A liberdade é um bem de valor incalculável”, “Por mais juízes e juízas de coragem e bravura como você”, “Quem tem medo de viver já está morto”, escreveram apoiadores.
“Lamentável uma postura tão negacionista vir de uma magistrada. Há nos o judiciário está depressivo em sua escolha de juízes, com poucas exceções”, “Uma cidade sem leito de UTI! Uma alienação que destrói vidas e desrespeita os profissionais de saúde”, repudiaram outros.
Nota do CNJ
“No dia 3 de janeiro, foi protocolado uma reclamação disciplinar contra a magistrada. O CNJ analisará o caso”.