Professores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) vão entrar em greve nesta segunda-feira (15), após decisão em assembleia na última quinta-feira (11). A resolução segue o cenário nacional, em que professores de instituições federais de ensino de todo o Brasil optaram pela paralisação.
Segundo a APUBHUFMG+ (Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco), os professores e os servidores técnico–administrativos em educação estão reivindicando recomposição salarial, valorização e reestruturação das carreiras dos servidores da educação pública federal.
Lutam, também, por melhorias nas condições de trabalho, pela recomposição dos quadros de professores por concurso público, pela recomposição orçamentárias das IFEs (Institutos Federais), pela equiparação de benefícios entre as carreiras do sistema federal e entre os servidores da ativa e aposentados.
Os educadores pedem a revogação das normativas dos governos Temer e Bolsonaro “que atacam os servidores e os serviços públicos, bem como o setor da educação pública”.
Sem acordo entre governo e servidores
De acordo com a APUBHUFMG+, ocorreu uma reunião da MNNP (Mesa de Nacional de Negociação Permanente) na quarta-feira (10), com participação das entidades representativas dos servidores públicos federais. O encontro terminou sem acordo entre governo e servidores.
Na recomposição salarial, os servidores da educação pedem 22,71% dividido em três parcelas a serem pagas em 2024, 2025 e 2026. O governo, por sua vez, alegou dificuldades orçamentárias e manteve para 2024 o reajuste zero, conforme informou o sindicato dos professores.
Além disso, ofereceu reajustes nos benefícios assistênciais para os servidores da ativa, sendo 51,9% no auxílio alimentação (de R$ 658 para R$ 1 mil); auxílio saúde a ser ajustado de acordo com a faixa etária; e reajuste no auxílio–creche (de R$ 321 para R$ 484,90). Os trabalhadores rejeitaram a proposta.
Comando de greve se instala
Nesta segunda-feira, o comando de greve será instalado, às 14h30, na sede da Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior). Às 16h, o movimento paredista participará de uma audiência pública para debater as mobilizações e paralisações dos servidores.
Também está prevista uma semana de atividades locais nas instituições, entre os dias 22 e 26 de abril. O Ministério da Gestão informou em nota que, além de formalizar a proposta apresentada na quinta-feira, também assumiu o compromisso de abrir, até julho, todas as mesas de negociação específicas de carreiras solicitadas para tratar as demandas e produzir acordos.
Segundo o ministério, já existem dez mesas tratando de reajustes para a educação com acordos consensualizados e oito estão em andamento. O órgão criou um grupo de trabalho para tratar da reestruturação do PCCTAE (Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação).
Em conclusão, a Pasta da Gestão disse que segue aberta ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas, “mas não comenta processos de negociação dentro das Mesas Específicas e Temporárias”.
Com Agência Brasil