Homem espanca filha de 5 anos, a joga em rio e pula em seguida; motivo seria ciúmes da mãe da criança

bombeiros
Buscas ainda não localizaram as vítimas (Divulgação/CBMMG)

Um homem de 26 anos espancou a filha de 5 anos e a jogou no rio Piranga, em Ponte Nova, na Zona da Mata mineira. Após cometer o crime, ele também pulou nas águas. O caso aconteceu na noite desse sábado (5) e até o momento os dois não foram localizados.

Um casal que estava em uma lanchonete próxima ao local do crime observou a ação do homem. No relato à Polícia Militar, eles narraram o momento em que o homem espancou e pulou no rio com a criança, que aparentava estar desmaiada. “Deu uns 3 socos na cabeça da criança, que estava no colo dele. Depois jogou a criança, que estava mole, na água e pulou atrás”, descreveu a testemunha.

Os familiares da mãe da criança estavam cuidando da garota no sábado, quando o pai chegou e pediu para acompanhá-los em um passeio. Juntos, todos andaram no “carretão” da cidade. Após a atividade, o homem chamou a criança e disse que iria levá-la para comer na lanchonete da avó paterna. “Papai vai deixar você usar o telefone”, disse ele, para atrair a garota.

Como o homem esteve com a criança no dia anterior, sem maiores problemas, a família materna não se opôs ao pedido do pai. Em seguida ele saiu com a criança e após ligar para o trabalho da mãe da menina, avisando o que iria fazer, cometeu o crime.

A mãe esteve no local após o ocorrido e precisou de atendimento médico. Ela teve uma queda de pressão, com a emoção após saber da notícia.

Ciúmes

A mãe da criança relatou aos policias que teve um relacionamento com o homem por aproximadamente sete anos. No entanto, ele não aceitou o término da relação. Ela afirmou que em outra ocasião ele soube de um novo relacionamento da mulher e tentou se suicidar. O Corpo de Bombeiros acrescenta que o homem já havia sido resgatado no rio Piranga anteriormente.

No sábado, antes do crime, o homem tentou falar com a mãe da criança. Como a mulher estava no trabalho, não viu as mensagens e as ligações. Ele falava sobre ter sido trocado e pedia para voltarem. “Você é a pessoa mais burra que já vi na vida. Você não vai levar nada que saiu de dentro de mim”, escreveu.

“Bom, não vai olhar, né? Tá bom, burra”, enviou ele, antes de ligar para o trabalho da mulher e deixar um recado dizendo que iria “jogar a filha da ponte”.

Buscas e inquérito

O Corpo de Bombeiros informa que iniciou hoje (7) o 3º dia de buscas pelas duas vítimas de afogamento. “Nossos militares realizam as buscas pelas duas vítimas de afogamento em toda a extensão do rio com uso de barcos em pontos profundos e áreas de remanso. Equipes realizam o trabalho de buscas também por terra, às margens do leito do rio”, detalha.

Divulgação/Corpo de Bombeiros

A Polícia Civil de Minas Gerais acrescenta que as buscas são complicadas, pelo excesso de barro na água e pela correnteza, devido às chuvas na região. “A autoridade policial responsável instaurou Inquérito Policial para apurar os fatos e a investigação segue com análise de imagens e oitiva de testemunhas, neste momento”, informa a corporação.

Prevenção

Se você atravessa uma fase difícil, tomada por desânimo e, inclusive, esta notícia despertou sentimentos desagradáveis, procure ajuda. Uma das possibilidades é por meio de ligações para o CVV (Centro de Valorização da Vida), que auxilia na prevenção do suicídio, pelo telefone 188.

Por meio do número, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que correm risco de cometer suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. A ligação é gratuita.

O serviço oferecido pelo CVV para todo o país começou a ser implantado em Santa Maria (RS), após o incêndio na boate Kiss, que matou 242 jovens em 2013. O centro existe há 55 anos e tem mais de 2 mil voluntários atuando na prevenção ao suicídio. A assistência também é prestada por e-mail ou chat, no site do CVV (acesse aqui).

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima de violência ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Ponto de Acolhimento e Orientação à Mulher em Situação de Violência: avenida dos Andradas, 3.100, no Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Nota da Polícia Civil

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) teve conhecimento do ocorrido na noite de sábado (5/2), quando iniciaram-se os trabalhos para localização das vítimas, criança e agressor, que ainda encontram-se desaparecidos. A PCMG esclarece que as buscas estão em andamento, mas as chuvas têm dificultado a atuação no local agravada pelo excesso de barro na água e pela correnteza. A autoridade policial responsável instaurou Inquérito Policial para apurar os fatos e a investigação segue com análise de imagens e oitiva de testemunhas, neste momento.

Edição: Vitor Fernandes
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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