Homicídios e estupros continuam preocupando a PM no Carnaval: BH teve 7 mortes

Planejamento é apontado pela PM como fator que resultou na queda dos crimes (Amanda Dias/BHAZ)

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) apresentou o balanço das atividades durante o período do Carnaval em todo o Estado nesta quinta-feira (7). Destaque para a redução no roubo de celulares (41% a menos em comparação ao ano passado) e, principalmente, crimes violentos, com queda de 57% em relação ao Carnaval de 2018. Apesar dos números, os casos de homicídios e estupros continuam sendo preocupantes. Em Belo Horizonte foram registradas sete mortes, duas a menos que no ano passado.

A importunação sexual – que se tornou crime este ano – gerou 41 ocorrências neste Carnaval, com 25 infratores presos e dois menores apreendidos. O número de pessoas presas/apreendidas subiu 12,51%, saindo de 3.993 ocorrências para 4.564 este ano.

Para o comandante-geral da PM, coronel Giovanne Gomes da Silva, a diminuição nos crimes é decorrente do planejamento. “O Carnaval deste ano teve seu planejamento iniciado no fim da folia passada e, como agregamos a tecnologia, tivemos resultados melhores”, disse. Drones, câmeras de alta resolução e canhões de luz foram alguns dos aparatos tecnológicos incorporados ao trabalho da corporação nesse Carnaval.

Os dados apresentados são de todo o Estado, conforme explicou o coronel. “Posteriormente, faremos uma [coletiva] com os dados só de Belo Horizonte”.

Os fatos que causam a preocupação do comandante são principalmente os relacionados a homicídios e estupros. A PM informou que houve redução nos crimes de estupro – que passaram de 26 registros, em 2018, para 16, este ano -, sendo que três deles tiveram relação com os eventos carnavalescos.

“Mesmo diante de fatos pontuais que nos traz preocupação, nós consideramos que o resultado deve ser comemorado e destacado”, disse o militar.

Comandante da PM apresentou o balanço nesta quinta em BH (Vitor Fórneas/BHAZ)

Com relação aos homicídios, que caíram de 67, em 2018, para 46, em 2019, sendo oito diretamente ligado ao Carnaval. “Apesar de ter sido registrada queda, não temos nada para comemorar. Homicídio representa uma perda de vida, enquanto o estupro é um crime violento que traz consequências grandes tanto para a vítima quanto para seus familiares. Vamos estudar com carinho todos os casos para adotarmos medidas ainda mais eficientes”, acrescentou.

Confira os números apresentados pela PM:

  • Roubos: de 1.572 para 662 – redução de 57,89%
  • Estupro: de 26 para 16 – redução de 38,46%
  • Estupro de vulneráveis: de 61 para 13 – redução de 78,69%
  • Celulares furtados: de 1.775 para 1.184 – redução de 33%
  • Roubo de celulares: de 1.208 para 714 – redução de 41%
  • Tráfico de drogas: de 671 para 352 – redução de 47,54%
  • Pessoas presas/apreendidas: de 3.993 para 4.564 – aumento de 12,51%
  • Importunação sexual: 41 crimes
  • Armas de fogo apreendidas: 341

Nas rodovias que cortam o Estado e que são de responsabilidade da Polícia Militar Rodoviária foi constatada redução no número de acidentes com vítimas fatais – de 24 mortes em 2018, passando para 18 em 2019.

O número de veículos apreendidos aumentou após mais de 6 mil operações realizadas: de 905 para 924.

Manifestações políticas

Na sexta-feira de Carnaval, o bloco Tchanzinho Zona Norte, que saiu na região da Pampulha, foi ameaçado pelos policiais militares que faziam a segurança da atração após puxar grito de repúdio contra o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PSL). Na ocasião, a PM informou que não toleraria manifestações políticas durante a folia de Belo Horizonte.

Indagado sobre o assunto, o coronel Giovanne ressaltou que a PM convive com o tema durante todo o ano. “Em jogo de Atlético e Cruzeiro, por exemplo, temos que interferir não só na divisão das torcidas, mas até proibindo algumas manifestações que podem potencializar uma crise. Enquanto instituição pública temos que tomar uma medida”, disse.

Giovanne ponderou que quem avalia a manifestação é o responsável pelo policiamento do evento. “Ele é o técnico e responsável por avaliar e dizer se a manifestação pode ou não acontecer. Sempre temos mais de uma lado e ai as pessoas podem não concordar. A PM age sim e interfere quando necessário”, concluiu.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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