Justiça decreta prisão de policiais penais por tortura em Minas

policiais penais torturam presos
Suspeitos teriam torturado 30 presos física e psicologicamente (IMAGEM ILUSTRATIVA: Omar Freire/Imprensa MG)

A Justiça de Minas Gerais decretou a prisão preventiva de dois policiais penais, nessa quinta-feira (29), suspeitos de torturar 30 presos no Presídio de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha.

A Vara Única da comarca de Medina atendeu ao pedido feito pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), por meio da Promotoria de Justiça da cidade.

Além disso, a Justiça também aceitou a solicitação para afastar os dois agentes públicos e um terceiro policial, proibindo-os de se aproximar do local a menos de 400 metros. 

Denúncias de tortura

A Promotoria de Justiça de Medina recebeu denúncias durante a inspeção mensal do presídio, que geraram instauração de procedimento investigatório.

“Com base em vastos elementos probatórios de materialidade e de autoria delitivas colhidos durante a investigação, o órgão ofereceu denúncia contra três policiais penais por terem torturado, por quase duas horas, 30 presos, no dia 16 de setembro deste ano”, diz comunicado enviado pelo MPMG ao BHAZ.

A investigação pediu as prisões preventivas dos dois agentes que tiveram participação direta na tortura.

Tortura física e psicológica

Cerca de 40 pessoas foram ouvidas após a denúncia, entre presos e funcionários do local. As autoridades também analisaram vários documentos internos do presídio, auto de corpo de delito e imagens das câmeras de segurança.

Na noite do crime, os dois dos policiais penais algemaram 30 presos, com as mãos para trás, e ordenaram que se sentassem. Depois disso, os torturaram física e psicologicamente, dando chineladas no rosto, socos, chutes e pontapés em várias partes do corpo das vítimas.

A investigação ainda mostra que, enquanto dois dos denunciados algemavam e agrediam os presos, outro fazia a cobertura e retaguarda carregando uma espingarda.

Segundo o MPMG, as agressões teriam sido motivadas porque os policiais, supostamente, ouviram um “grito de afronta” na galeria B do presídio.  

Direito à integridade física e moral

Os suspeitos ainda não foram presos, devido à lei que proíbe a prisão de eleitores próximo às eleições.

A denúncia do MPMG destaca que, além da previsão legal da tortura, a Constituição Federal assegura aos presos o respeito à integridade física e moral

Os policiais podem perder o cargo público e ficar impedidos de assumir finção pública pelo dobro do prazo da pena.

Com MPMG

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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