O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), alfinetou o governador Romeu Zema (Novo), ao comentar notícia de que o Governo de Minas teria perdido a oportunidade de produzir uma vacina contra a Covid-19 no estado. Questionado durante coletiva de imprensa, na tarde desta sexta-feira (29), o prefeito disse que o deslize não aconteceu por “maldade”.
“Não é de maldade, não, é porque eles não sabem fazer”, afirmou Kalil. A pergunta foi feita a respeito de uma reportagem do jornal Estado de Minas, que afirma que o governo estadual cometeu “gafe diplomática” e teve “diálogo lento” ao tentar selar acordo com o laboratório chinês Sinopharm para que a Funed (Fundação Ezequiel Dias) produzisse um imunizante em Minas.
De acordo com a reportagem, o laboratório chinês cancelou o acordo com o governo dois dias antes de uma reunião que selaria a parceria. O encontro virtual teria sido marcado para 16h em Minas Gerais, o que corresponde às 3h da manhã em Pequim. Além disso, o ritmo de trabalho do governo estadual estaria lento diante da urgência da situação.
Procurado pelo BHAZ, o Governo de Minas afirmou que não vai se posicionar a respeito da crítica feita pelo prefeito Alexandre Kalil.
Embate
Não é a primeira vez que o prefeito da capital mineira alfineta o governador do estado, ou vice-versa. Há duas semanas, Romeu Zema “cutucou” Kalil ao defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao criticar a postura de prefeitos que, segundo ele, “se aproveitam” da pandemia (relembre aqui).
Já em dezembro, o prefeito de Belo Horizonte fez duras críticas a Zema, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura. Indagado sobre o motivo de não ter um bom relacionamento com o governador, destacado principalmente durante a condução da pandemia, Kalil justificou dizendo que “foi instalado o gabinete do ódio” no governo do estado. “Não dou a menor importância para isso. Se ele falasse: ‘O Alexandre vem cá, você vai pra aquele lugar, mas toma o seu dinheiro que eu te devo aqui’. Aí eu ia lá buscar o meu [dinheiro para a prefeitura]”.
“Péssimo pagador, péssimo de palavra, péssimo de tudo. Agora eu não aguento desaforo. Ele não tem a menor importância pra mim. Porque senão me ajuda pagando, quando tenho problema de tempestade, não me ajuda em respirador, médico e nada. O que eu quero com ele? Tomar café, tomar cerveja? Bala de Araxá eu tenho quem traz pra mim”, disparou o prefeito, na época.