Médico-legista da Polícia Civil é encontrado morto em Araxá

Fernando Vieira Marques
Fernando Marques também atuava como psiquiatra na cidade (Reprodução/Redes sociais)

Fernando Vieira Marques, médico-legista da Polícia Civil de Minas Gerais, foi encontrado morto nesse domingo (18) em Araxá, no Alto Paranaíba. A suspeita é de que o médico de 44 anos, que também atuava como psiquiatra na cidade, tenha tirado a própria vida.

A morte se deu nove dias depois do suicídio da escrivã Rafaela Drumond, também da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). A morte da jovem de 32 anos acendeu alertas e motivou denúncias sobre o assédio sofrido pelos agentes das forças de segurança do estado.

A chefe da corporação, delegada Letícia Gamboge, lamentou a morte de Fernando Marques por meio de um comunicado. “Aos familiares, colegas e amigos do médico, os nossos mais sinceros sentimentos pela irreparável perda”, diz a nota.

“A Chefia da Polícia Civil é solidária a todos aqueles que sentem a profunda dor pelo falecimento do Fernando”, finaliza.

Comunicado da PC
Chefe da PCMG lamentou morte (Reprodução/Redes sociais)

Ainda ontem, a PCMG informou que instaurou procedimento investigativo para apurar as circunstâncias da morte de Fernando Vieira Marques.

“A PCMG se solidariza com os familiares, amigos e colegas do policial civil, bem como conta com a sensibilidade de todos neste momento de luto e de extrema consternação”, diz a corporação.

Morte de escrivã

missa de 7º dia da escrivã Rafaela Drummond, que morreu no último fim de semana, no Campo das Vertentes, foi marcada por emoção e busca por justiça na última quinta-feira (15).

Além de amigos e familiares, também estiveram presentes na cerimônia, realizada em Barbacena, colegas de profissão e representantes de entidades da categoria policial.

Na cerimônia, que aconteceu na Paróquia do Bom Pastor, o pai de Rafaela entrou com um cartaz em que pede “dignidade para todas as mulheres”. O quadro de efetivos da Polícia Civil da cidade esteve na frente da igreja para pedir “justiça por Rafaela”.

Adriano Bandeira, presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), cobrou atenção, por parte dos governos Estadual e Federal, para a saúde mental dos policiais.

“Só vamos resolver o problema do adoecimento da polícia, do assédio moral, do assédio sexual, que causa problemas como esse, se estivermos juntos: estado, policiais e representativo de policiais”, acrescentou.

Polícia investiga

A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito que investiga a morte de Rafaela Drummond. O corpo da escrivã de 31 anos foi encontrado pelos pais na cidade de Antônio Carlos, a 51 km de onde trabalhava.

O caso foi registrado como suicídio. A profissional relatava ter sido vítima de assédio no ambiente de trabalho. Vídeo gravado pela própria policial mostra ela sendo xingada na delegacia em que atuava por um homem.

O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que vem recebendo diversas denúncias de que a vítima estava sofrendo assédio moral e sexual, além de pressão no trabalho.

O sindicato afirma que cobra das autoridades um posicionamento sobre as denúncias. Além do inquérito, a Polícia Civil informou que abriu um procedimento administrativo disciplinar para investigar o caso.

Onde conseguir ajuda?

Especialistas em saúde mental reforçam a necessidade de busca por ajuda em momentos difíceis, já que todos nós estamos sujeitos a enfrentar questões que nos atordoam e causam sofrimento. Por isso, a mensagem é: você não está sozinho (a).

Ligações para o CVV (Centro de Valorização da Vida) são gratuitas em todo o país. Por meio do telefone 188, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que correm risco de cometer suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat.

  • Chat de atendimento (clique aqui)
  • Ligue 188
  • Por e-mail (clique aqui)
  • Presencialmente (veja os postos de atendimento aqui)

Além do CVV, também existem no Brasil os Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Trata-se de um serviço aberto constituído por uma equipe multiprofissional, que atua interdisciplinarmente no atendimento a pessoas com sofrimento ou transtorno mental.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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