Uma mulher de 31 anos recebeu apoio da polícia em Engenheiro Caldas, no Vale do Rio Doce, após enviar uma carta de socorro à escola do filho. No papel, ela relatou ser vítima de ameaças, agressões físicas, psicológicas e maus-tratos por parte do companheiro.
A Polícia Militar foi acionada por volta das 11h30 dessa terça-feira (23), em uma escola municipal da cidade. A diretora contou que um dos alunos, de 10 anos, entregou o bilhete a ela com o pedido de socorro da mãe dele.
Os agentes localizaram a casa da vítima na zona rural da cidade, que fica a 50 km de Governador Valadares. Bastante nervosa, ela confirmou as agressões e disse que estava com o suspeito há cerca de dez meses em união estável. Os filhos dela, de 6, 8, 10 e 12 anos, são de outro pai.
Agressões, ameaças e cárcere privado
A vítima diz que o parceiro tem conduta agressiva e, inclusive, já a agrediu com golpes de facão. No último domingo, após um episódio de violência, ele teria mantido a mulher em cárcere privado em um quarto e as crianças em outro cômodo do imóvel.
Em outras ocasiões, o homem ainda teria usado armas de fogo para torturar e ameaçar as vítimas. Conforme a denúncia, ele não deixava a parceira sair de casa e a privava de contato com familiares. Também os teria ameaçado de morte caso ela acionasse a PM.
A mulher relatou que o companheiro não deixava os filhos estudarem e brincarem, forçando-os a trabalhar. Ela informou o local onde o homem mantinha as armas, que foram apreendidas pela polícia.
Homem está foragido
O Conselho Tutelar providenciou, justo à Assistência Social, acolhimento e transporte das vítimas até Governador Valadares. Eles têm familiares no município.
Uma das crianças viu o homem fugindo após avistar a viatura da PM. Em nota ao BHAZ, a Polícia Civil informa que instaurou inquérito para apurar o crime de lesão corporal.
A corporação faz buscas pelo suspeito, além de intimar testemunhas e a vítima para oferecer medidas protetivas de urgência visando à proteção da família.
Onde conseguir ajuda em BH?
Se você sofre algum tipo de violência ou conhece alguém que está precisando de apoio, procure ajuda e não disfarce a sua dor. Para mais informações e agendamento, ligue para (31) 3555-1394 ou envie um e-mail para [email protected].
Moradoras de Belo Horizonte também podem denunciar via telefone, discando 181, 197 ou 190. Assim, veja outros mecanismos de denúncia em Minas Gerais:
- Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190;
- Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221;
- Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171;
- Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380;
- Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.
Confira também o Manual Básico de Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, elaborado pela Polícia Civil de Minas para ajudar vítimas a identificarem casos de violência dentro de casa.
Nota da Polícia Civil na íntegra
“Quanto aos fatos ocorridos na zona rural de Engenheiro Caldas, onde uma mulher de 31 anos pediu “socorro”, enviando por meio do filho, uma carta a Escola Municipal onde a criança estuda, narrando fatos relacionados à violência doméstica e familiar cometidas por seu companheiro, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) esclarece que foi instaurado inquérito policial para apuração do crime de lesão corporal. A PCMG informa que está procedendo às diligências necessárias a fim de localizar o suspeito, intimação de testemunhas e da vítima para, se quiser, requerer as medidas protetivas de urgências e outras providências para proteção desta e seus filhos menores. O caso seguirá sob investigação junto à Delegacia de Engenheiro Caldas, sendo o procedimento encaminhado, posteriormente, à Justiça, no prazo legal.”
