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Número de queimadas em Minas até setembro já supera total de registros de 2023

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Entre janeiro e agosto de 2024, o fogo consumiu cerca de 4 mil hectares de áreas preservadas no estado (Fábio Moreira/Brigada Cipó)

Tempo seco, fumaça e fuligem já entraram para a rotina de quem mora em Belo Horizonte nos últimos dias. Isso porque a capital mineira enfrenta mais de 130 dias sem chuva juntamente com índices alarmantes de incêndios florestais. A situação não fica muito diferente no resto de Minas Gerais: um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros mostra que o número de queimadas até o início de setembro deste ano já superou o total de registros de 2023.

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De acordo com os dados, entre janeiro e setembro de 2024, o estado teve um total de 20.233 incêndios em vegetação. Já em todo o ano de 2023, foram 17.135 ocorrências. Os registros deste ano também ficam acima dos números de 2022, quando foram confirmados 19.350 queimadas em todo o estado.

“O período de estiagem, nosso inverno, é marcado pelo baixo índice pluviométrico, baixas temperaturas e baixa umidade do ar. Isso associado a um período de estiagem prolongado deixa o ambiente propício aos incêndios florestais”, explica o Tenente Coronel Ivan Neto.

De acordo com os bombeiros, entre janeiro e agosto de 2024, o fogo consumiu cerca de 4 mil hectares, o equivalente à 4 mil campos de futebol, das áreas preservadas no estado.

Para frear o avanço das queimadas, o Corpo de Bombeiros instalou bases de operações em quatro unidades de conservação com histórico de incêndio. São elas: Serra do Rola Moça, Serra do Cabral, Alto do Mucuri e Cochá e Gibeão. Além disso, a corporação mobiliza agentes para monitorar os focos de calor em todo o estado diariamente.

“O Governo do Estado empenhou R$ 9,8 milhões para a aquisição de equipamentos e contratações de profissionais. Nós passamos a contratar brigadistas, treinar esses profissionais e contratar aeronaves para o combate aos incêndios florestais”, pontuou o tenente

Tempo seco em BH

Belo Horizonte, Região Metropolitana e outras partes do estado enfrentam nos últimos dias alertas diários de risco à saúde devido ao tempo seco. Segundo a Defesa Civil municipal, capital mineira, nesta terça-feira (3), pode registrar umidade a quase 10%, em clima similar ao de desertos.

O tempo seco e as queimadas em vegetação têm prejudicado a qualidade do ar. Dados do MonitorAR, do Governo Federal, indicam que a estação Barreiro, localizada em Belo Horizonte, registrou nível ruim nesta terça-feira.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuva para os próximos dias para amenizar o cenário. Há possibilidades remotas a partir apenas da segunda quinzena de setembro.

Mais de 90% dos incêndios são causados por pessoas

Apesar do contexto climático, as autoridades alertam que mais de 90% dos incêndios florestais são iniciados por pessoas. “Estudos comprovam que a maioria das ocorrências têm origem antrópica, ou seja, causados pelo homem. Em unidades de conservação, trata-se de crime ambiental”, explica o coordenador estadual adjunto de Defesa Civil, tenente-coronel Carlos Eduardo Lopes.

Hoje a corporação, segundo ele, investe em profissionais treinados em perícia de incêndios. Quando há suspeita de queima criminosa, os militares são acionados para verificar e identificar o agente causador das chamas.

O tenente coronel também orienta a população para evitar o risco de incêndios em áreas com vegetação: “Pedimos para não atear fogo em lixo ou entulho e não fazer capina em lotes urbanos ou rurais com uso do fogo para que a pessoa não perca o controle dessa queima e isso se transformar num grande incêndio”.

Isabella Guasti

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.
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