O Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), está proporcionando uma experiência inédita a vítimas de câncer. Trata-se da entrega de laringes eletrônicas, mecanismos que melhoram a fala de pacientes submetidos à remoção total da laringe e as cordas vocais.
A iniciativa faz parte do Julho Verde, mês de conscientização e sensibilização sobre o câncer de cabeça e pescoço. Iniciada nessa terça-feira (11), a ação busca melhorar a comunicação e qualidade de vida de oito pacientes.
A laringe eletrônica é um aparelho portátil com baterias recarregáveis que, posicionada no pescoço, emite uma onda sonora que se transforma em voz. Após tratamento cirúrgico, ela pode ser articulada na cavidade oral.
Câncer de cabeça e pescoço
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que, a cada ano, há cerca de 40 mil novos registros de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Somente para este ano estão previstos quase 8 mil novos casos de câncer de laringe no país.
Os tumores na laringe têm 80% mais de chances de cura quando diagnosticados e tratados na fase inicial. Segundo a Fhemig, o uso do dispositivo pretende amenizar as dificuldades de comunicação, emocionais e sociais do indivíduo.
Segundo o Ministério da Saúde, o tabaco é o responsável por 97% dos diagnósticos de câncer de laringe. Associado ao álcool, o fumo aumenta em cinco vezes o risco para a doença na região. Nos casos mais avançados, o paciente tem dificuldades para mastigar e engolir, falar e movimentar a língua.