PL busca garantir direitos a mulheres que perderem bebês em Minas

Grávida
Texto assegura direitos como o de receber acompanhamento psicológico (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Pixabay)

Um projeto de lei busca obrigar as unidades de saúde das redes pública e privada a garantir os direitos das mulheres que sofrerem perda gestacional ou neonatal. O texto teve parecer favorável aprovado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O PL 2.497/21, do deputado João Leite (PSDB), agora está pronto para ser votada em primeiro turno no Plenário. O parecer favorável foi aprovado nessa terça-feira (8).

O texto do projeto foi alterado para adequar os direitos previstos aos casos em que o médico pode agir sem o consentimento da paciente.

O texto original assegura à mulher não ser submetida a nenhum procedimento ou exame sem que haja o seu livre e informado consentimento, mas o substitutivo traz a ressalva para situações excepcionais, em que não seja possível obter essa aprovação ou em casos que tragam risco iminente de morte para a paciente.

Outro direito previsto é o de livre-escolha do contato pele a pele com o natimorto imediatamente após o nascimento, “desde que não ofereça riscos à saúde da mulher”, como acrescentado pelo substitutivo.

Direitos da mulher

O novo texto preservou todos os outros direitos previstos na versão original, como receber acompanhamento psicológico; ser acompanhada por uma doula e por pessoa de sua escolha; não ser submetida a nenhum procedimento sem que haja necessidade clínica baseada em evidências científicas; e não ser constrangida ou impedida de manifestar suas emoções.

Caso o PL seja aprovado, as unidades de saúde da rede pública e privada serão obrigadas a informar a essas mulheres os direitos previstos na nova lei.

Distinção de conceitos

O substitutivo nº 1, apresentado pela Comissão de Saúde e ratificado pela deputada Ana Paula Siqueira (Rede), relatora da matéria na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, corrige conceitos do texto original.

O projeto considera perda gestacional o óbito fetal, a interrupção médica legalmente autorizada da gestação e a morte neonatal, situações que são distintas: o óbito fetal é a morte do feto a partir da 22ª semana completa de gestação (154 dias), de peso igual ou superior a 500g ou de estatura a partir de 25cm.

A interrupção médica da gestação é um aborto legalmente autorizado em três circunstâncias: risco de vida da mulher; gravidez decorrente de estupro; e ausência de desenvolvimento cerebral do feto.

Já a morte neonatal é o falecimento do recém-nascido de até 27 dias de vida e ocorre depois do período gestacional. Essa distinção foi acrescentada pelo substitutivo.

Artigo suprimido

Também foi suprimido um artigo que propunha instituir a Semana Estadual de Conscientização sobre a Causa do Luto Parental.

O argumento é de que a determinação não está de acordo com a Lei 22.858, de 2018, que fixa critério para a instituição de data comemorativa estadual. A norma exige a realização de consultas e audiências públicas, devidamente documentadas, com organizações e associações legalmente reconhecidas e vinculadas aos segmentos interessados na temática.

Por fim, também foi anexado à proposição o PL 2.697/21, apresentado pela deputada Ione Pinheiro (DEM), por semelhança no tema.

Com ALMG

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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