Prefeitura de São Tomé das Letras acusa município de Extrema de ‘despejar’ pessoas na cidade

pessoas despejadas
Os governos das duas cidades mantém versões contraditórias sobre o caso (Divulgação/Prefeitura de São Tomé das Letras)

A prefeitura de São Tomé das Letras acusa o município de Extrema, ambos no Sul de Minas, de deixar pessoas em situação de vulnerabilidade na cidade. Em nota de repúdio, o governo de São Tomé alega que as pessoas foram “despejadas” no município, sem aviso à Assistência Social da cidade e sem estrutura. Já a prefeitura de Extrema disse que “deplora” a divulgação de conteúdo equivocado e nega toda a versão apresentada pela outra cidade.

Na nota, publicada no domingo (13), a prefeitura de São Tomé das Letras afirma que o município de Extrema usou uma van oficial da prefeitura para deixar os cidadãos no local. O veículo foi flagrado pelas câmeras de segurança da cidade. “Desde o anoitecer de sexta-feira, a nossa equipe vem tentando lidar com os cidadãos despejados, tentando remanejá-los da entrada da cidade – onde estavam acampados com seus pertences inerentes à mudança”, narrou.

Divulgação/Prefeitura de São Tomé das Letras

O município também condenou a atitude de deixar os cidadãos sem o acolhimento adequado. “Ressaltamos que prezamos pela segurança e garantia de direitos e desta forma, repudiamos completamente ações não articuladas e que ferem o código de ética dos profissionais que atuam diariamente na garantia de direitos humanos”, acrescentou.

Prefeitura de São Tomé das Letras divulga nota de repúdio sobre 'despejo' de pessoas — Foto: Reprodução
Divulgação/Prefeitura de São Tomé das Letras

O Executivo da cidade confirmou ao BHAZ, nesta terça-feira (15), que mantém a mesma versão dos fatos narrados, mesmo após o governo de Extrema publicar uma outra narrativa dos acontecimentos. A prefeitura também confirmou que uma van oficial foi até a cidade, no domingo (13), para buscar os cidadãos.

O outro lado

A Prefeitura de Extrema publicou uma nota contando uma versão diferente dos fatos e afirmou que foi “surpreendida” com a publicação do governo de São Tomé. A nota divulgada pela prefeitura de São Tomé das Letras foi divulgada após a recondução e resolução do caso. Em nenhum momento a Prefeitura de Extrema se eximiu da responsabilidade do caso e repudia a transferência de vulnerabilidade”, disse trecho do comunicado.

Segundo o governo da cidade, o grupo era composto por uma família de três pessoas, que chegou a Extrema na quinta-feira (10). “Durante a mesma manhã foi abordado pela equipe do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) para colher as informações e identificar os interesses do grupo. Neste contato foi solicitado apoio dos mesmos para encontrar com familiares, entre Três Corações e São Tomé das Letras (não havia endereço específico, por ser Zona Rural)”, detalhou o município.

Uma equipe então foi disponibilizada para fazer a busca, usando o veículo oficial. Ao chegarem em São Tomé das Letras, mesmo sem identificar nenhum familiar no local, o grupo teria decidido ficar na cidade. “Nesse momento, os integrantes do grupo demonstraram agressividade e não aceitaram retornar. Afirmando que a decisão de permanecer era deles, já que eram maiores de idade. Não aceitaram nem ao menos ir até o centro da Cidade”, afirmou a prefeitura.

Quando receberam o contato da prefeitura de São Tomé das Letras, informando que o grupo acampou no local em que foi deixado, o município de Extrema afirma que se disponibilizou para buscá-los no mesmo dia. “Foi informado à Secretaria de Assistência Social de São Tomé das Letras que a Secretaria de Assistência Social de Extrema iria no mesmo dia (12/03) buscá-los e continuaria com as intervenções no município, e uma das servidoras informou que poderia buscá-los no dia 13/03, visto que havia sido disponibilizado um local para acamparem e que nenhum familiar havia sido localizado”, detalhou.

Os cidadãos foram buscados no domingo (13) e reconduzidos para Extrema. A prefeitura afirma que a situação já havia sido resolvida, quando a cidade de São Tomé das Letras publicou a nota de repúdio.

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Divulgação/Prefeitura de Extrema
Edição: Vitor Fernandes
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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