Simulado de queda de barragem muda trânsito na BR-040 e mais duas rodovias de MG

30/04/2025 às 07h54
Reprodução/Sandoval de Souza

Um simulado de rompimento de barragem vai alterar o trânsito na manhã desta quarta-feira (30) na BR-040 e outras duas rodovias que cortam Congonhas, região Central de Minas Gerais. A ação, que integra o Plano Municipal de Segurança de Barragens (PMSB), ocorre a partir das 10h da manhã.

Ao contrário dos simulados de anos anteriores, executados aos domingos, a atividade ocorrerá em um dia útil. Segundo a prefeitura de Congonhas, a mudança busca ampliar o alcance do teste e proporcionar uma avaliação mais realista da capacidade de resposta dos diferentes setores da sociedade.

Ainda segundo a gestão municipal, “o Simulado de Emergência permite testar sistemas de alerta, rotas de evacuação e procedimentos de atendimento, além de treinar moradores, motoristas e profissionais sobre como agir diante de uma emergência real. O objetivo principal é salvar vidas por meio da preparação eficaz e da resposta rápida”, diz o órgão por meio de nota.

Congonhas tem 24 barragens de rejeitos de mineração no seu entorno, 17 ativas e sete descomissionadas. Dentre elas, está a maior barragem de rejeitos de mineração do mundo, a Casa de Pedra.

Mudanças no trânsito da BR-040, MG-030 e MG-443

O simulado de hoje vai gerar impactos no trânsito da cidade, inclusive nas rodovias que cortam o município. Veja alterações:

  • BR-040 (km 615) – Redução de velocidade próxima à entrada de Congonhas. Motoristas devem redobrar a atenção e seguir as orientações dos agentes de trânsito. Caso necessário, haverá bloqueio da alça de acesso à MG-030.
  • MG-030 (km 1,6 e 8,7) – Bloqueios parciais nas imediações do Posto Alicate e do Trevo Gerdau, a partir das 10h, com previsão de duração de até 30 minutos.
  • MG-443 (km 7) – Bloqueio parcial no acesso à UFSJ, também a partir das 10h, com duração estimada de 30 minutos.

Orientações da prefeitura para quem estiver em trânsito durante o simulado:

  • ⁠Mantenha a calma;
  • Permaneça dentro do veículo;
  • ⁠Aguarde as orientações das autoridades;
  • ⁠Nunca tente furar bloqueios ou buscar desvios improvisados.

Pilha de ‘115 andares’ preocupa moradores

Pilha da CSN pode chegar a 350 metros de altura, caso seja autorizada (Divulgação/IHGC)

A possível expansão da mineração da CSN em Congonhas, na região Central de Minas Gerais, tem preocupado moradores e ambientalistas da cidade. A população se reuniu, na última quarta-feira (24), em uma audiência pública com representantes da empresa e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) para discutir o projeto. Em nota, a companhia garante que “segue compromissada com a transparência e diálogo constante com a comunidade”.

O encontro teve cerca de quatro horas de duração. Durante o evento, representantes da companhia detalharam o projeto aos moradores e tiraram dúvidas sobre as medidas para redução de impactos.

Segundo o projeto Manuelzão, ligado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a CSN tenta abertura de uma cava em área ainda intacta da Serra do Esmeril. O material descartado a partir do processo de mineração seria amontoado na pilha Batateiro, em região próxima. A intenção da mineradora é chegar a 350 metros de altura com o empilhamento na fase quatro da operação, o equivalente a um prédio de aproximadamente 115 metros de altura. O espaço teria capacidade de abrigar 150 milhões de metros cúbicos de detritos gerados a partir da mineração.

Sandoval Souza Pinto Filho, diretor da União das Associações Comunitárias de Congonhas (Unaccon) alerta que os impactos ambientais e sociais do projeto estão entre os principais questionamentos feitos pelos moradores atualmente. Segundo ele, as demandas foram apresentadas durante a audiência pública.

“Congonhas já sofre com o risco geológico, que pode se agravar mais. Estamos questionando o aumento da poeira, o risco de abastecimento. Sem falar que tivemos deslizamento de pilhas em Conceição do Pará e na Grande BH de outras pilhas. É uma preocupação nossa que aconteça aqui também”, argumenta.

Em nota ao BHAZ, a CSN diz que os questionamentos apresentadas pela população foram respondidos no decorrer da Audiência Pública, momento em que a sociedade teve a oportunidade de esclarecer suas dúvidas e dar sugestões acerca do projeto.

Ainda conforme a empresa, outros documentos relacionados ao processo da Pilha de Estéril do Batateiro Fase 04 e Cava do Esmeril que foram apresentados serão respondidos assim que o órgão ambiental encaminhá-los para conhecimento e resposta.

Redação BHAZ

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