Treinador de handebol agride adolescente em Minas Gerais e é suspenso

treinador agride adolescente
Um treinador de handebol que foi flagrado agredindo um adolescente de 15 anos em Pompéu foi suspenso pela Federação Mineira de Handebol (Reprodução/Redes sociais)

Um treinador flagrado agredindo um adolescente de 15 anos em Pompéu, na região Central de Minas, foi suspenso pela Federação Mineira de Handebol (FMH). Vídeo que ganhou repercussão nas redes sociais mostra Francisco Júnior Corrêa Mota empurrando e dando um tapa no rosto do menino.

A Polícia Militar foi acionada no local por outros atletas, mas o homem não foi detido, pois não houve flagrante. Ao BHAZ, a Polícia Civil disse que instaurou um inquérito para investigar o caso. “Outras informações serão repassadas em momento oportuno”, informou a corporação.

A cena provocou revolta e a prefeitura de Pompéu emitiu uma nota de repúdio. No comunicado, a administração municipal ressalta que o treinador “não é coordenador de nenhum dos projetos esportivos” da prefeitura.

Treinador é suspenso

Francisco é treinador da Associação Esportiva Gustavo Elias (AESGE). Em nota, a Federação Mineira de Handebol disse que recebeu mais de 130 denúncias do caso de agressão envolvendo o homem e o atleta de 15 anos.

“A Federação Mineira de Handebol, através de seu presidente Luiz Fernando Andrade, instaurou um Procedimento Disciplinar Administrativo para apurar os fatos, e suspendeu preventivamente como medida cautelar o então técnico Francisco Júnior Correa Mota”, diz o comunicado.

Ele foi suspenso pelo período inicial de 60 dias dos Campeonatos Mineiros de Handebol e de todos os eventos promovidos pela Federação Mineira de Handebol em todo o âmbito do estado, sendo eles presenciais ou on-line.

“Atitudes assim não são compactuadas por esta entidade. Devemos sempre zelar pela moralidade, pela ética profissional, e princípios de cada um dos atletas, pois o meio esportivo jamais tem espaço para atitudes banais como esta que circula aos nossos olhos”, diz outro trecho da nota.

O que diz a defesa do treinador

A reportagem entrou em contato com a defesa de Francisco Júnior Corrêa Mota para obter um posicionamento sobre o caso.

Ao BHAZ, o advogado Leonardo Gontijo Azevedo disse que está se deslocando para Pompéu para apurar os fatos. Em nota, a defesa disse que a “interpretação e conclusão sumariamente tomada a respeito de qualquer ocorrência policial que seja, pode se revelar uma medida um tanto quanto prematura e precipitada” (leia na íntegra abaixo).

“O que podemos assegurar, é que Francisco Júnior, assim como seus defensores, se colocam à inteira disposição das Autoridades oficiais, para proporcionar uma regular elucidação dos fatos denunciados”, finaliza o comunicado, assinado pelos advogados Paulino Gontijo Queiroz Cançado, Alexandre Simão de Araújo e Leonardo Gontijo Azevedo.

Treinador já foi indiciado por injúria

No ano passado, Francisco foi indiciado por injúria racial contra um jovem durante os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG) de Sete Lagoas. Ele é acusado de enviar mensagens de cunho racista, aporofóbico e gordofóbico contra um aluno de 15 anos.

O caso também foi objeto de uma Ação Civil Pública (ACP) movida pela Promotoria de Pompéu contra a associação em que o técnico atua como presidente e administrador. Entre outras coisas, a ação pede a condenação dele por danos morais coletivos no valor de R$ 150 mil.

De acordo com o MP, no dia 14 de junho, o adolescente de 15 anos participava dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG) em Pompéu. Naquele dia, a vítima questionou uma postagem feita pela conta da associação no Instagram sobre o placar de um dos jogos do evento.

Instantes depois, o técnico de handebol, que é representante legal da associação, enviou ao adolescente uma mensagem de áudio em que o xingava com termos racistas e preconceituosos, como “macaco” e “pobre”. Já segundo a Polícia Civil, ele ainda teria enviado prints de suas contas bancárias para demonstrar que tinha dinheiro.

De acordo com a delegada Letícia Müller, o homem confessou ter enviado as mensagens, mas negou ter tido a intenção de ofender o adolescente com termos racistas. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário para análise e adoção das providências cabíveis.

Nota da defesa do treinador na íntegra

Atendendo a contato feito, nos colocamos à disposição do trabalho jornalístico isento e comprometido com a apuração de fatos, através do seguinte pronunciamento:

  1. Na circunstância de um momento extremamente inicial, nosso posicionamento é no sentido de ponderar que qualquer interpretação e conclusão sumariamente tomada a respeito de qualquer ocorrência policial que seja, pode se revelar uma medida um tanto quanto prematura e precipitada.
  2. O que podemos assegurar, é que Francisco Júnior, assim como seus defensores, se colocam à inteira disposição das Autoridades oficiais, para proporcionar uma regular elucidação dos fatos denunciados.
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!