Vacina da dengue em Minas Gerais: Veja o que se sabe sobre o imunizante no SUS

Veja o que se sabe sobre o imunizante em Minas Gerais (Arquivo/Agência Brasil)

Minas Gerais receberá em breve doses da vacina contra a dengue por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo o secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, o imunizante será aplicado inicialmente em moradores de cidades com números mais elevados de casos.

Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (23), o secretário afirmou que Minas Gerais deve decretar estado de emergência em saúde por causa da doença. A previsão é de que os casos ultrapassem a marca de 400 mil.

A vacina contra a dengue foi incorporada no sistema de saúde brasileiro no final de 2023. Desde então, o Ministério da Saúde atua para distribuir doses do imunizante Qdenga, produzido pelo laboratório japonês Takeda, pelo território nacional.

De acordo com a ministra da saúde, Nísia Trindade, a vacinação contra a dengue será focada em públicos específicos e em regiões prioritárias. “Até o início do ano, faremos a definição dos públicos-alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, disse.

Vacina em Minas Gerais

O dirigente da Secretaria de Saúde de Minas Gerais explicou que o Ministério da Saúde vai encaminhar as doses para os estados que apresentam números elevados de casos, incluindo Minas Gerais.

Em um primeiro momento, a vacina será destinada ao público com idade entre 10 e 14 anos. A previsão é de que o público prioritário comece a ser vacinado em fevereiro.

“Minas vai receber, em breve, as doses para distribuir aos municípios que estejam com incidência alta de casos. Assim que as doses estiverem disponíveis, vamos pactuar o cronograma de vacinação e definir o público-alvo”, pontuou o secretário.

Como funciona a Qdenga?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a Qdenga é uma vacina tetravalente que protege, portanto, contra os quatro sorotipos do vírus da dengue – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.

O imunizante é feito com vírus vivo atenuado e interage com o sistema imunológico no intuito de gerar resposta semelhante àquela produzida pela infecção natural.

A vacina deve ser administrada em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas, independentemente de o paciente ter tido ou não dengue previamente. 

Eficácia

Ainda de acordo com a SBim, a vacina demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%. Já a eficácia contra o DENV-4 não pôde ser avaliada à época devido ao número insuficiente de casos de dengue causados por esse sorotipo durante o estudo.

Também houve eficácia contra hospitalizações por dengue confirmada laboratorialmente, com proteção geral de 84,1%, com estimativas semelhantes entre soropositivos (85,9%) e soronegativos (79,3%). 

Outras doenças

Ainda segundo a SBim, a Qdenga é exclusiva para a proteção contra a dengue e não protege contra outros tipos de arboviroses, como zika, chikungunya e febre amarela.

Vale lembrar que, para a febre amarela, no Brasil, estão disponíveis duas vacinas: uma produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utilizada pela rede pública, e outra produzida pela Sanofi Pasteur, utilizada pelos serviços privados de imunização e, eventualmente, pela rede pública. As duas têm perfis de segurança e eficácia semelhantes, estimados em mais de 95% para maiores de 2 anos. 

Edição: Roberth Costa
Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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