Ao criticar reajuste salarial, Zema compara deputados da ALMG a pais que ‘deixam filho se drogar’

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A declaração foi feita enquanto Zema cumpria agenda no Sul de Minas nesta quarta-feira (Cristiano Machado/Agência Minas)

Enquanto cumpria agenda no Sul de Minas nesta quarta-feira (13), o governador do estado, Romeu Zema (Novo), voltou a criticar o acréscimo de valores adicionais ao reajuste salarial dos servidores estaduais que foi aprovado na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). Segundo ele, a atitude dos parlamentares se assemelha a de um pai que “deixa o filho se drogar”.

“O que esses deputados fizeram é o que um pai faz quando o filho pede qualquer barbaridade. ‘Ah eu quero comprar isso’. Compra, mesmo não tendo recurso para pagar. ‘Eu quero me drogar’. Deixa o filho drogar. A vida não é desse jeito. A vida é feita com responsabilidade”‘, declarou ele, em entrevista coletiva.

Na ocasião, Zema voltou a cobrar a fonte de recursos que seria utilizada na implementação do Projeto de Lei. “É muito fácil fazer benesses sem ter recurso, viver só de promessas. É o que já aconteceu no passado”, disse. Ele também ressalta que o setor público deveria contar com mais pessoas “corajosas, que tem vontade de falar ‘não'”.

Os percentuais adicionais aprovados pela Assembleia beneficiam as áreas de Segurança Pública (14%), Saúde (14%) e Educação (33,24%), assim como o auxílio social para inativos das forças de segurança. Esses reajustes devem ser somados aos 10,06% já aprovados para todo o funcionalismo do Executivo Estadual.

Zema vai à Justiça contra o reajuste

No início da noite de ontem (12), Romeu Zema anunciou que vai recorrer na Justiça contra o reajuste salarial dos servidores estaduais que foi aprovado por deputados da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). A decisão foi comunicada depois de a casa legislativa ter derrubado o veto de Zema contra o Projeto de Lei 25.025 em Plenário.

Em nota, o Governo de Minas afirma que “em respeito a todos servidores e cidadãos, irá à Justiça contra os artigos 10 e 11 do texto”. O primeiro trecho, segundo define o Executivo estadual, “viola o processo legislativo previsto na Constituição do Estado, ao acarretar aumento substancial das despesas públicas relativas ao pagamento dos servidores, sem que haja previsão da fonte de custeio”.

Já o artigo 11 “não é acompanhado da estimativa do impacto orçamentário e financeiro”, argumenta o governo, que ainda defende que a aprovação do reajuste previsto no texto “pode precarizar e inviabilizar a prestação de diversos serviços públicos e agravar ainda mais a sustentabilidade fiscal do Estado”.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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