Enquanto cumpria agenda no Sul de Minas nesta quarta-feira (13), o governador do estado, Romeu Zema (Novo), voltou a criticar o acréscimo de valores adicionais ao reajuste salarial dos servidores estaduais que foi aprovado na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). Segundo ele, a atitude dos parlamentares se assemelha a de um pai que “deixa o filho se drogar”.
“O que esses deputados fizeram é o que um pai faz quando o filho pede qualquer barbaridade. ‘Ah eu quero comprar isso’. Compra, mesmo não tendo recurso para pagar. ‘Eu quero me drogar’. Deixa o filho drogar. A vida não é desse jeito. A vida é feita com responsabilidade”‘, declarou ele, em entrevista coletiva.
Na ocasião, Zema voltou a cobrar a fonte de recursos que seria utilizada na implementação do Projeto de Lei. “É muito fácil fazer benesses sem ter recurso, viver só de promessas. É o que já aconteceu no passado”, disse. Ele também ressalta que o setor público deveria contar com mais pessoas “corajosas, que tem vontade de falar ‘não'”.
Os percentuais adicionais aprovados pela Assembleia beneficiam as áreas de Segurança Pública (14%), Saúde (14%) e Educação (33,24%), assim como o auxílio social para inativos das forças de segurança. Esses reajustes devem ser somados aos 10,06% já aprovados para todo o funcionalismo do Executivo Estadual.
Zema vai à Justiça contra o reajuste
No início da noite de ontem (12), Romeu Zema anunciou que vai recorrer na Justiça contra o reajuste salarial dos servidores estaduais que foi aprovado por deputados da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais). A decisão foi comunicada depois de a casa legislativa ter derrubado o veto de Zema contra o Projeto de Lei 25.025 em Plenário.
Em nota, o Governo de Minas afirma que “em respeito a todos servidores e cidadãos, irá à Justiça contra os artigos 10 e 11 do texto”. O primeiro trecho, segundo define o Executivo estadual, “viola o processo legislativo previsto na Constituição do Estado, ao acarretar aumento substancial das despesas públicas relativas ao pagamento dos servidores, sem que haja previsão da fonte de custeio”.
Já o artigo 11 “não é acompanhado da estimativa do impacto orçamentário e financeiro”, argumenta o governo, que ainda defende que a aprovação do reajuste previsto no texto “pode precarizar e inviabilizar a prestação de diversos serviços públicos e agravar ainda mais a sustentabilidade fiscal do Estado”.