Nesta sexta-feira (6) foi concluído o inquérito que apura a morte dos gêmeos de quatro anos que morreram no dia 24 de janeiro dentro de um carro no Rio Grande do Sul. O pai, de 33 anos, e a mãe, de 27, serão indiciados por homicídio doloso (quando há intenção/quando assume) qualificado por asfixia.
Segundo a perícia, a morte das crianças Wagner Wesley da Silva e Mary Diane da Silva de quatro anos foi provocada por asfixia em ambiente com pouca oxigenação e grande concentração de gás carbônico que foi agravada pelo calor. Os gêmeos foram encontrados dentro do carro dos pais, que estava estacionado em frente à casa onde eles moram.
A delegada responsável pelas investigações, Alessandra Padula, relata que não ficou esclarecido como as crianças foram parar dentro do carro. Contudo, os pais não sentiram falta dos filhos, que acabaram morrendo.
De acordo com o laudo da necropsia as crianças permaneceram dentro do veiculo cerca de 30 minutos. A delegada afirma que houve negligência dos responsáveis.
“A gente construiu o histórico familiar para descobrir como as crianças viviam, e elas eram negligenciadas constantemente. Elas ficavam sozinhas em casa, ou com a irmã, que tem 11 anos, que também é uma criança. Eles tinham obrigação de cuidar dessas crianças e não o fizeram”, afirma Alessandra em entrevista ao G1.
Após três meses de investigação, o inquérito apresenta 30 depoimentos, dentre eles os de vizinhos e familiares. A mãe dos gêmeos foi ouvida três vezes e a irmã das crianças, com apenas 11 anos, que é filha somente da mulher está fazendo tratamento psicológico. O inquérito deve ser entregue à Justiça ainda nesta sexta-feira (6).
