Deputado pede extinção definitiva da UERJ e argumenta ‘balbúrdia’

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro sofre ataque de deputado (Reprodução/Governo do Rio de Janeiro)

O deputado Anderson Moraes (PSL) protocolou, nessa terça-feira (25), na ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), um Projeto de Lei que pedia a extinção da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Apesar da tentativa, a proposta foi descartada pelo presidente da casa, André Ceciliano (PT), que a avaliou como inconstitucional.

O Projeto de Lei previa que os alunos da UERJ fossem transferidos para universidades privadas. De acordo com o texto, os bens e móveis da instituição devem ser vendidos e, o valor arrecadado, revertido para pessoas de baixa renda. Na justificativa para o protocolamento, o deputado citou “denúncias de práticas de crimes e festas no local”.

Anderson Moraes ainda cita como justificativa para extinção da UERJ o “nítido aparelhamento ideológico de viés socialista na Universidade”. Segundo ele, a universidade faz “clara censura ao pensamento acadêmico de outras linhas de visão de mundo, inclusive mediante agressão física e verbal contra estudantes ou professores que pensam de forma contrária a tal ideologia”. Leia o texto na íntegra:

‘Balbúrdia nas universidades’

O autor do Projeto de Lei ainda postou em seu Twitter que havia protocolado o documento pela extinção da UERJ e a transferência de vagas para universidades privadas. Anderson Moraes acrescentou: “Balbúrdia nas universidades custeadas com o dinheiro do povo, nós não iremos aceitar!”.

‘Surto autoritário’

De acordo com o G1, o presidente da ALERJ André Ceciliano descartou a proposta e exaltou a universidade. “Enquanto eu for presidente, não vota. É inconstitucional e isso seria atribuição do Poder Executivo”, afirmou o parlamentar. O presidente da Comissão de Educação da Alerj, o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) apoiou a decisão.

“A proposta de extinguir a UERJ por meio de um projeto de lei, além de ser um surto autoritário é também absurda, pois seria um retrocesso para o estado e também inconstitucional já que a existência da UERJ é prevista no artigo 309 da constituição do Estado. Este anúncio é mais uma demonstração do que o projeto bolsonarista gostaria de fazer com o Rio e com as nossas universidades do que uma ameaça real”.

Edição: Giovanna Fávero
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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