Lula é apontado por Valério como mandante da morte de Celso Daniel, diz revista; PT nega

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O empresário Marcos Valério, apontado com um dos principais operadores do escândalo do ‘Mensalão’, disse em depoimento dado ao Ministério Público de São Paulo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria um dos mandantes da morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002.

As informações foram divulgadas pela revista Veja’, nesta sexta-feira (25). O veículo teve acesso recentemente ao depoimento do empresário, prestado no Departamento de Investigação de Homicídios de Minas Gerais.

Em nota (confira na íntegra abaixo), o Partido dos Trabalhadores (PT) nega as afirmações divulgadas pela revista e afirma que a Veja terá de “responder pelo crime que cometeu”.

“As mentiras reproduzidas como novidade na última edição da revista Veja já haviam sido vendidas pelo sr. Marcos Valério à Procuradoria Geral da República, em 2012, e foram repetidas à Lava Jato, em 2016, numa desesperada tentativa de envolver o ex-presidente Lula em mais uma falsa acusação. Em nenhum dos dois casos a impostura parou de pé, por ser história falsa, sem prova nem testemunho, apesar da obsessão macabra dos que tentam até hoje tirar proveito político do assassinato do prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002”, diz trecho da carta do partido assinada pela presidente da sigla, a deputada Gleisi Hoffmann.

Em depoimento, Valério contou que o ex-deputado federal do PT, Professor Luizinho, teria lhe dito que a motivação do crime teria sido o fato de que “Celso Daniel topou pagar com recursos da prefeitura a caravana de Lula pelo país, antes da eleição presidencial de 2002, mas não teria concordado em entregar a administração à ação de quadrilhas e àqueles que visavam ao enriquecimento pessoal”, disse Valério, segundo a revista.

Valério disse que descobriu a situação ao participar de uma reunião com o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, em 2003. No encontro, Gilberto teria dito que o empresário Ronan Maria Pinto estava chantageando a alta cúpula do Planalto com revelações sobre o assassinato de Celso Daniel.

O chefe de gabinete teria sugerido a Valério a compra do silêncio de Ronan. Marcos Valério contou ao promotor que o ouvia que Ronan Maria Pinto, quando exigiu dinheiro para ficar calado, declarou que “não ia pagar o pato sozinho” e que citaria o presidente Lula como “mandante da morte” do prefeito de Santo André.

Valério disse que, depois de pagar a pelo silêncio do empresário, usando um empréstimo bancário de R$ 12 milhões, conversou sobre o assunto com o próprio Lula. “Eu virei para o presidente e falei assim: ‘Resolvi, presidente’. Ele falou assim: ‘Ótimo, graças a Deus’”, afirma.

Nota do PT

“As mentiras reproduzidas como novidade na última edição da revista Veja já haviam sido vendidas pelo sr. Marcos Valério à Procuradoria Geral da República, em 2012, e foram repetidas à Lava Jato, em 2016, numa desesperada tentativa de envolver o ex-presidente Lula em mais uma falsa acusação. Em nenhum dos dois casos a impostura parou de pé, por ser história falsa, sem prova nem testemunho, apesar da obsessão macabra dos que tentam até hoje tirar proveito político do assassinato do prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002. Mas Veja foi longe demais, até para uma revista que sempre abusou de mentir sobre o PT, e terá de responder pelo crime que cometeu.

Veja é falsa desde a capa até o ponto final da matéria. Apresenta como se fosse “recente” um depoimento prestado por Marcos Valério em 17 e 18 de outubro do ano passado e que não gerou desdobramentos. Mente ao dizer que o caso Celso Daniel “foi reaberto” a partir daquele depoimento, pois nenhum novo procedimento foi gerado, até porque os supostos fatos narrados estariam prescritos. Omite que Valério fracassou em outras tentativas de chantagem. E, como é hábito no jornalismo gângster, publicou calúnias e falsidades sem dar chance de resposta aos ofendidos.

Veja esconde dos leitores que nem mesmo a Lava Jato, notória pela perseguição a Lula, encontrou elementos para reabrir o caso e que a “Operação Carbono 14” (lançada em 1º. de abril de 2016 com objetivo de envolver falsamente Lula e o crime de Santo André) foi o maior fracasso da perseguição movida por Sergio Moro e pelos procuradores no âmbito da Lava Jato. Das nove pessoas então acusadas com estardalhaço, cinco tiveram de ser inocentadas por Moro, porque simplesmente não havia crime a ser apurado, e as demais passaram a responder por outras acusações.

Veja esconde ainda que outra manobra frustrada para envolver Lula no caso, desta vez em 2017, foi revelada pelo site Intercept na série Vaza Jato. Em 13 de março daquele ano, Sergio Moro repassou a Deltan Dallagnol uma queixa da então deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), segundo a qual os promotores do Ministério Público de São Paulo “não estariam interessados” no caso de Marcos Valério. Foi em decorrência dessa intervenção indevida e ilegal da Lava Jato que os promotores de São Paulo ouviram Valério duas vezes, em 17 de abril de 2017 e em outubro de 2018, segundo nota oficial do MPSP. E nada disso transformou mentira em verdade.

A capa da Veja enoja e ofende. Brota no mesmo pântano onde nasceram tantas outras mentiras contra o PT e suas lideranças. Revela o desespero dos que não aceitam o fato de que a farsa judicial contra Lula está desmoronando, depois de cinco anos da mais sórdida e mais intensa campanha que já se fez nos meios de comunicação contra um líder político na história desse país.

O Partido dos Trabalhadores e seus membros ofendidos por mais esta ação criminosa da revista Veja estão tomando, desde hoje, medidas no âmbito da Justiça contra a publicação, seus proprietários, editores e o autor da matéria. O mesmo ocorrerá a todos que reproduzirem a falsidade com intenção de caluniar. Da mesma forma que estamos certos de que a verdadeira Justiça virá para Lula, com a anulação da sentença parcial, injusta e ilegal de Sergio Moro, temos de acreditar que os crimes cometidos contra a verdade e a dignidade também serão punidos com o rigor da lei.

Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores”

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