Presidente do STF suspende decisão e Eduardo Cunha volta a ser inelegível

Eduardo Cunha
Ex-deputado havia ingressado com ação para questionar processo que levou à cassação (Wilson Dias/Agência Brasil)

O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a decisão que afastava a inelegibilidade do ex-deputado federal Eduardo Cunha. Com isso, ele não poderá se candidatar nas próximas eleições.

Eduardo Cunha havia obtido, no TRF-1, uma decisão de antecipação de tutela para a suspensão dos efeitos da inelegibilidade (relembre aqui). A decisão do desembargador Carlos Augusto Pires Brandão veio após o ex-deputado entrar com ação na Justiça para questionar o processo que levou à cassação dele. 

A PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou uma Suspensão de Tutela Provisória (STP) pedindo a suspensão da decisão, e o ministro Luiz Fux acolheu o pedido. No pedido, foi argumentado que a decisão do TRF-1 interfere em atos de natureza interna corporis da Câmara dos Deputados.

Outro argumento foi o de que o ajuizamento da ação por Cunha próximo às eleições teria sido sido utilizado para criar um risco artificial de ofensa a seus direitos políticos para poder concorrer no pleito.

Decisão

Ao acolher o pedido da PGR, Fux defendeu que é restrito o controle judicial do STF “sobre os atos interna corporis do Poder Legislativo, relacionados à interpretação de regras regimentais que não tenham paralelo claro e expresso na própria Constituição Federal”.

Para o ministro, as alegações de Cunha na ação de origem estão relacionadas à inobservância de regras internas da Casa Parlamentar. Por isso, na caberia interferência do Poder Judiciário.

A decisão do presidente do STF ficará vigente até o trânsito em julgado da ação de origem. Leia o documento na íntegra aqui.

Pedido de Eduardo Cunha

O ex-deputado federal Eduardo Cunha havia ingressado com uma ação na Justiça para questionar o processo que levou à cassação. Para ele, todo o processo se baseou em informações sigilosas, obtidas de forma ilegal. Além disso, falhas no procedimento teriam afetado o seu direito ao contraditório e à ampla defesa.

A ação inicial de Cunha pedia a anulação do procedimento da Câmara dos Deputados e, de forma antecipada (antes do fim do processo na justiça), a restituição dos direitos políticos de Cunha.

Eduardo Cunha teve seu mandato cassado pela Câmara dos Deputados em 2016 por quebra de decoro parlamentar, após denúncias de ter ocultado a existência de contas bancárias no exterior, e por ter mentido sobre a existência delas durante depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou a Petrobras.

Com STF

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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