Nova versão de PEC dos combustíveis cria benefícios de R$ 38, 7 bi em ano eleitoral

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da PEC 16/2022, também conhecida como PEC dos Combustíveis, anunciou nesta quarta-feira (29) alterações importantes no texto original e informou que recorrerá a outro projeto para propor um pacote de medidas sociais avaliadas em R$ 38,7 bilhões.

Segundo informações da Agência Senado, a expectativa é que o texto seja lido e votado ainda hoje na sessão plenária. Ao detalhar a proposta a jornalistas em entrevista coletiva, Fernando Bezerra explicou que a PEC 16 será apensada à PEC 1/2022, do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), que guardaria mais relação com as propostas contidas no substitutivo. 

O texto original, que previa compensações aos estados que desonerassem os combustíveis, deu lugar a medidas como aumento do Auxílio Brasil em R$200,00, a criação do “voucher caminhoneiro”, no valor de R$1000,00 e a ampliação do auxílio gás para R$53,00. Também está prevista no texto apresentado pelo relator compensação aos estados para atender a gratuidade, já prevista em lei, do transporte público de idosos e repasses para a manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina.

A medida acontece a 3 meses das eleições, o que seria ilegal diante da legislação eleitoral, que impede a criação e ampliação de benefício nos anos em que ocorrerem eleições. Para evitar que a medida seja declarada ilegal, Bezerra declara, no relatório, estado de emergência nacional. O reconhecimento de estado de emergência e calamidade pública permite, segundo a legislação, a concessão de benefícios temporários.

Segundo o senador, a medida se deve à “elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrente”. Para Bezerra, esse cenário agravaria a crise econômica e a insegurança alimentar, o que serviria para justificar a decretação do estado de emergência.

O parecer não traz a fonte de receita para bancar os benefícios. De acordo com o relator, receitas extraordinárias devem custear o pacote social, como os R$ 26,6 bilhões decorrentes da privatização da Eletrobras e repasses de dividendos de bancos públicos.

Pedro Munhoz[email protected]

Editor de Política do BHAZ. Graduado em Direito pela Faculdade Milton Campos e em História pela UFMG, trabalhou como articulista de política no BHAZ entre 2012 e 2013. Atuou como assessor parlamentar desde 2016, com passagens pela Câmara dos Deputados, Câmara Municipal de Belo Horizonte e Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

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