O professor e pesquisador Peter Becker, da Universidade de George Mason, nos Estados Unidos, afirmou que a Terra poderá sofrer um “apocalipse da internet” em 2024. A declaração foi feita em entrevista ao portal norte-americano Fox 13 Seattle, no último dia 9.
Atuante na área do desenvolvimento de sistemas de alerta de atividades solares, o pesquisador apontou que uma tempestade solar estava prevista para meados de 2025, de acordo com o Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), instituição ligada ao governo estadunidense.
Entretanto, segundo Becks, a atividade pode ocorrer antes do previsto, prejudicando redes elétricas e equipamentos de comunicação no planeta. “A internet surgiu numa época em que o sol estava relativamente calmo, e agora está entrando numa época mais ativa”, explicou o professor ao veículo.
Tempestade solar?
Tempestade solar é o termo que define a ejeção de uma grande bolha de gás superaquecido da superfície do Sol. Também conhecido como plasma, esse gás é formado por uma nuvem de partículas eletricamente carregadas que, ao atingirem a Terra, perturbam o campo magnético do planeta.
Ainda na declaração, Becks afirmou que, caso a tempestade solar realmente aconteça, os sistemas de alerta indicarão a chegada à Terra com horas de antecedência. “Algo em torno de 18, talvez 24 horas de aviso antes das partículas chegarem a Terra e começarem a alterar o campo magnético do planeta”, destacou.
E o que pode acontecer?
Além de um flash inicial, o pesquisador destacou que a tempestade pode causar danos aos sistemas de navegação da Terra, equipamentos de comunicação e redes elétricas. “Em um evento como esse, se você direcionar correntes indutivas para a superfície da Terra, isso quase pode funcionar ao contrário, e você pode acabar, na verdade, fritando coisas que você achava que eram relativamente seguras”, alertou.
O que fazer então?
“Há coisas que você pode fazer para mitigar o problema. A longo prazo, você está falando sobre fortalecer a internet. E isso é, claro, um desafio econômico porque é como uma espécie de apólice de seguro”, pontuou Becks. E continuou: “Você pode nunca precisar disso, e custaria trilhões para realmente fortalecer o sistema”.
No passado, tempestades solares já aconteceram
Em 1859, uma tempestade de proporção similar à prevista por Becks atingiu a Terra. Conhecido como “Evento Carrington”, ele “derrubou o sistema de telégrafos, faíscas estavam voando por toda parte nas linhas de telégrafo”, lembrou o professor.
“Alguns operadores foram eletrocutados devido à alta voltagem carregada pelos cabos, o que nunca deveria acontecer, mas as variações do campo magnético se tornaram tão fortes que funcionou como um sistema gerador que levou essas correntes pelos cabos”, concluiu.