‘E eu pensando que estava só fazendo uma tatuagem no tororó’, ironiza Anitta sobre polêmica com Zé Neto

Anitta e Zé Neto
Tudo começou com uma crítica do cantor Zé Neto à tatuagem da artista (Reprodução/@anitta/@zenetotoscanooficial/Instagram)

A cantora Anitta finalmente comentou – com bom humor – toda a polêmica envolvendo sertanejos e shows com verbas públicas que vem movimentando a internet nas últimas semanas. Como tudo começou com uma crítica do cantor Zé Neto à tatuagem íntima da artista, ela ironizou: “e eu achando que tava só fazendo uma tatuagem no tororó”.

A cantora fez o comentário em publicação no Twitter, na noite desse sábado (28). No início do mês, Zé Neto, da dupla com Cristiano, disse durante um show que eles são artistas que não precisam da Lei Rouanet e nem de fazer “tatuagem no t*ba”, se referindo a Anitta.

“Estamos aqui em Sorriso, Mato Grosso, um dos estados que sustentou o Brasil durante a pandemia, nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. O nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no t*ba, para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil canta com a gente”, disse o artista na ocasião.

Após a repercussão da fala, Zé Neto chegou a alfinetar Anitta novamente, mas depois acabou pedindo desculpas. As declarações levantaram um debate a respeito do uso de verba pública em shows. Isso porque a própria apresentação da dupla sertaneja foi paga pela Prefeitura de Sorriso (MS), com R$ 400 mil de dinheiro público.

‘CPI do Sertanejo’

Internautas passaram a pedir uma “CPI do Sertanejo” para investigar a regularidade das apresentações do gênero que são financiadas por verbas públicas. Um dos alvos é Gusttavo Lima, criticado depois que veio à tona a contratação do cantor pela prefeitura de São Luiz, a menor cidade do estado de Roraima, para fazer um show por R$ 800 mil.

Já nesse sábado (28), a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas, cancelou uma apresentação do artista. Ele se apresentaria na 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, no dia 20 de junho. O show custaria à prefeitura um total de R$ 1,2 milhão, e a dupla Bruno e Marrone também se apresentaria no evento, por R$ 520 mil.

Apesar de defender a contratação dos artistas em nota divulgada nessa sexta-feira (27), a prefeitura voltou atrás e decidiu cancelar as duas apresentações. Por meio de vídeo divulgado nas redes sociais nesse sábado, o prefeito Zé Fernando (MDB) disse que a cavalgada foi envolvida “em uma guerra político-partidária que não tem nada a ver conosco, com nossa festa”.

De acordo com a nota divulgada pela prefeitura na sexta-feira, os shows seriam pagos por meio de recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Essa verba é paga por mineradoras “como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios”.

Mas, de acordo com o portal da ANM (Agência Nacional de Mineração), os recursos da CFEM só podem ser utilizados “em projetos, que direta ou indiretamente revertam em prol da comunidade local, na forma de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e educação”.

A Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, no entanto, argumenta que “não há restrição para uso dos recursos da CFEM em ações, projetos e eventos que tragam melhoria para a qualidade de vida dos moradores locais, seja ele investido em estruturas como moradias, infraestrutura pública, saneamento básico, etc. ou investido para o desenvolvimento econômico da cidade”.

Edição: Vitor Fernandes
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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