‘Única relevância curricular é a orientação sexual’: Ex-âncora do JN é alvo de carta de repúdio na Record

Matheus Ribeiro foi primeiro jornalista assumidamente gay à ocupar a principal bancada de telejornal do país (Divulgação/TV Globo + Reprodução/Instagram)

O jornalista Matheus Ribeiro, o primeiro abertamente gay a comandar o Jornal Nacional, pediu demissão da afiliada da Globo em que trabalhava, em Goiás, e foi contratado pela Record Brasília. Na nova emissora, ele deve apresentar um jornal local. Mas a chegada do ex-âncora global não foi bem vista por antigos funcionários do canal. Eles escreveram uma carta de repúdio em que Matheus é citado. “Única relevância curricular é a orientação sexual”, diz um trecho do material, obtido pelo Notícias da TV.

A carta em questão cita Matheus e o também jornalista Luiz Carlos Braga, que foi demitido da Record de Brasília depois de 12 anos na redação. “Essa Redação, em grande parte, teve o privilégio de conviver com Luiz Carlos Braga por 12 maravilhosos anos. Perde a emissora, ao trocar o certo pelo duvidoso, e perdemos nós. Perdemos o convívio de alguém respeitoso, atencioso, leal e de caráter e reputação ilibadas. Braga nunca precisou de atenção midiática para ter relevância e nunca usou de sua orientação sexual para benefício próprio”, diz o texto.

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O conteúdo, no entanto, não chegou a diretores do canal. É que segundo o Notícias da TV, os jornalistas estariam temerosos em sofrer represálias por conta de demissões consideradas arbitrárias.

Procurada pelo site, a Record de Brasília explicou que, de fato, nenhuma carta foi recebida pelos superiores do canal. Já Matheus disse não se sentir confortável em comentar algo de que não tem conhecimento.

Confira a carta na íntegra:

“Carta aberta para a diretoria da Record‬ ‪

Nós, da Redação da Record Brasília, viemos por meio desta carta manifestar irrestrito apoio ao jornalista Luiz Carlos Braga, arbitrariamente desligado da emissora por ordens superiores. A diretoria desta casa optou por escantear uma carreira de três décadas e ilibada reputação, além de incontáveis prêmios, em prol de uma contratação cuja única relevância curricular é a sua orientação sexual.‬

‪Antes de ser desligado, Braga havia sido convidado para o posto de analista do Jornal da Record. E, sem nenhum motivo justificável, o convite virou uma demissão unilateral. O motivo? Suposta redução de custos. Algo que, claramente, não condiz com a realidade, tendo em vista as mudanças que se avizinham.‬ ‪

Essa Redação, em grande parte, teve o privilégio de conviver com Luiz Carlos Braga por doze maravilhosos anos. Perde a emissora, ao trocar o certo pelo duvidoso, e perdemos nós. Perdemos o convívio de alguém respeitoso, atencioso, leal e de caráter e reputação ilibadas. Braga nunca precisou de atenção midiática para ter relevância e nunca usou de sua orientação sexual para benefício próprio.‬ ‪

Nada temos contra o novo apresentador do DF Record. Mas temos, e muito, a reclamar da maneira inadequada da qual um dos profissionais mais prestigiados da história do telejornalismo do Distrito Federal foi desligado”.

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