Após o anúncio da cantora Ludmilla de que não iria se apresentar no Prêmio Multishow deste ano por não ter sido indicada na categoria “Cantora do Ano”, o canal se manifestou pelas redes sociais. O Multishow chegou a ser acusado por alguns fãs de um suposto boicote à artista. Nessa terça-feira (19), após todo o burburinho, o canal disse prezar pela diversidade em suas premiações, além de respeitar o posicionamento da cantora.
“Tivemos um papo há pouco com a Lud, numa escuta ativa, e entendemos seu posicionamento. Sabemos que o mundo de hoje ainda está longe da representatividade ideal e continuaremos trabalhando no que for necessário para evoluir”, diz o começo do comunicado.
“Temos consciência de que a luta pela diversidade deve ser diária e entendemos que precisamos estar ainda mais comprometidos com a causa”, acrescenta.
Em 2019, criamos a Academia Prêmio Multishow, um grupo de cerca de 500 especialistas ligados à música – críticos, jornalistas, empresários, gravadoras, radialistas, contratantes e representantes de todos os gêneros e regiões do país…
— Multishow (@multishow) October 19, 2021
Assim, em conjunto, nos propusemos a criar um Coletivo ainda mais diverso, para somar ao trabalho que temos feito, contribuindo com as próximas edições do Prêmio Multishow.
— Multishow (@multishow) October 19, 2021
‘Uma das maiores da América Latina’
Ludmilla foi a primeira mulher negra a vencer a categoria em 2019, e desde então não foi mais indicada. No Twitter, a artista e vários internautas apontaram a injustiça ocorrida, uma vez que a cantora teve grandes sucessos desde o ano passado (veja aqui).
Ainda no comunicado publicado ontem (19), o Multishow disse “acompanhar a Lud desde o início de sua carreira” e reforça que “temos uma longa e sólida parceria que nos permite sempre trocar ideias para evoluir juntos”.
“Durante os últimos anos, tivemos o orgulho de ter a presença da Ludmilla em muitas edições do Prêmio, tanto com performances inesquecíveis, como também em 12 indicações (..) Lud é, sem dúvidas, uma das maiores cantoras da América Latina e temos uma admiração enorme pela artista que se tornou”, termina.
…tanto com performances inesquecíveis, como também em 12 indicações, sendo merecidamente premiada como Cantora do Ano e Música Chiclete em 2019 e Música do Ano em 2020. Lud também concorre esse ano com duas indicações – Hit do Ano e Clipe TVZ do Ano.
— Multishow (@multishow) October 19, 2021
Ela sempre esteve e continuará presente em muitos dos nossos programas musicais, como TVZ e Música Boa, além de transmissões ao vivo de grandes shows e festivais. Lud é, sem dúvidas, 1 das maiores cantoras da América Latina e temos uma admiração enorme pela artista que se tornou.
— Multishow (@multishow) October 19, 2021
‘O sistema te boicota’
Na manhã dessa terça-feira (19), a cantora fez um desabafo em seu Twitter, citando seus feitos na música brasileira. Ela reclamou do fato de o canal ter ignorado suas conquistas, deixando-a de fora da categoria Cantora do Ano.
“Sou a primeira cantora negra da América Latina a acumular 1 bilhão de streams só no Spotify, hoje são mais de 1.5 bilhão de plays nas plataformas. Meus clipes somam 2.5 bilhões de views, Rainha da Favela ficou meses entre as músicas mais tocadas. São os números que falam!”, começou Ludmilla.
Ela também chamou a atenção para o fato de ser uma mulher negra, bissexual, funkeira e periférica e ter sido indicada na categoria somente uma vez, em 2019. Em 26 anos da premiação, Ludmilla foi a única mulher negra a vencer como Cantora do Ano no Prêmio Multishow.
“Uma representante das minorias, uma cantora negra, bissexual, funkeira, periférica, nunca mais fui indicada na categoria ‘Cantora do Ano’. Infelizmente essa é a forma que o sistema te boicota!”, terminou o desabafo.