Um encontro de 2015 ainda está na memória do Padre Fábio de Melo. Na oportunidade ela conheceu a travesti Luana Muniz na quadra de samba da Mangueira, no Rio de Janeiro. A amizade dos dois começou após um pedido de foto feito por ela e, daí em diante, a vida do religioso, segundo ele, mudou. O padre deu um depoimento para o documentário “Filha da Lua” que conta a história de Luana, que morreu em 2017.
“Foi um ser humano maravilhoso que marcou minha vida. Eu tenho no meu celular algumas conversas tão bonitas onde nós falávamos da nossa vida, dos nossos pontos de vista tão diferentes. Mas nós não convergíamos para um ponto único: o amor ao ser humano”, disse em depoimento ao documentário que vai estrear em 12 de agosto nos cinemas.
Os preconceitos do padre foram mudados, após ele fazer uma visita ao projeto social realizado por Luana no Centro do Rio de Janeiro. A ida ocorreu ainda quando a travesti era viva. “Se um dia nós aprendêssemos que, apesar de termos vidas diferentes, nós temos sentimentos semelhantes e sofremos as mesmas dores, o mundo começa a ficar melhor”.
No documentário, o padre revelou que até hoje não deletou alguns registros dos bate papos que tinha com Luana. “Ficamos amigos, de nos falarmos semanalmente. Não consigo apagar as mensagens de voz dela até hoje.
Filha da Lua
Além do religioso, outros artistas deram depoimento para o documentário dirigido por Leonardo Menezes e Rian Córdova. A cantora Alcione é uma delas e relembrou quando a foto de Luana foi tirada com o padre Fábio.
Luana morreu aos 56 anos por conta de uma parada cardiorrespiratória. Ela era ativista do movimento LGBTQIAP+ e o projeto dela capacitava travestis e transexuais para o trabalho formal. Outro trabalho realizado era o acolhimento a portadores do vírus HIV.