Alvo de racismo e intolerância religiosa no BBB, Rodrigo declara: ‘Não posso me calar’

Reprodução/TV Globo

O produtor cultural e dramaturgo Rodrigo foi eliminado do BBB na noite dessa terça-feira (2), com 79% dos votos, depois de enfrentar um paredão com as aliadas Carol Peixinho e Ariane.

A passagem de Rodrigo pelo reality levantou discussões relacionadas a racismo e intolerância religiosa. A participante mineira Paula tem sido apontada, nas redes sociais, desde que o programa começou, como uma das responsáveis por comentários preconceituosos em relação a ele e a outros temas. Ela também é vista como uma das favoritas ao prêmio final, mas pode ter o favoritismo ameaçado por conta dos apontamentos. É que a Polícia Civil do Rio de Janeiro começou uma investigação e a sister pode ser eliminada precocemente, caso o delegado responsável mude de ideia e decida ouvi-la antes do fim da atração – o que depende, em partes, de Rodrigo (veja ao fim da matéria).

Na manhã desta quarta-feira (3), o produtor foi ao Mais Você e falou a respeito do assunto. Ele se emocionou ao contar que a família já procurou advogados para tomar providências. A mãe, o irmão gêmeo dele, e o próprio, têm sofrido ofensas nas redes sociais.

+ O show de racismo religioso do BBB 19 e o medo das religiões afro-brasileiras

“A gente vai processar, em relação ao racismo, racismo religioso. A minha família cultua o candomblé, que não tem uma estrutura de catequizar ninguém, não cheguei nesse programa para catequizar ninguém. Mais uma vez cultua o maligno, perverso, sem o cuidado de perguntar do que se trata. Não é só por mim, por tudo um povo, uma população que cultua algo e é desrespeitada. Não posso me calar de forma alguma. Talvez eu tenha entrado nesse programa pra isso, minha missão talvez tenha sido provocar esse tipo de reflexão. A gente precisa tirar essas mazelas sociais do tapete”, disse em conversa com a apresentadora Ana Maria Braga.

O advogado da família de Rodrigo, Ricardo Brajterman, contou ao UOL que eles estão indignados com os ataques sofridos. “Terão duas frentes, na área criminal vamos levar todos os posts racistas para a delegacia de Crimes Eletrônicos; na área civil vamos pedir ao Instagram que forneça o IP de todos os perfis que fizeram postagem de conteúdo racista”, explicou.

Delegado explica procedimento

Em março, o delegado Gilbert Stivanello, titular da Delegacia de Combate à Intolerância Religiosa do Rio, declarou que Paula e Rodrigo seriam ouvidos assim que um dos dois deixasse o BBB. “Vou ouvi-los no momento em que um deles venha a ser desclassificado. Ou, quando o programa encerrar, vou ouvi-los no hotel em que eles ficam de quarentena”, disse em entrevista para a revista QUEM. “A princípio, o motivo do preconceito seria intolerância religiosa”, afirmou.

“O programa vai acabar e meu prazo não vai ter encerrado para o procedimento. Preciso verificar se o Rodrigo se sentiu ofendido e quer levar o caso adiante. Ele ainda nem sabe o que aconteceu. Conversei com a TV Globo a respeito e isso acarretaria eliminação e não considero justo penalizar pela segunda vez uma pessoa que pode ter sido vítima de um delito”, explicou.

“Se o procedimento vai aguardar a oitiva (termo jurídico que significa ouvir as testemunhas ou as partes que estão envolvidas em um processo judicial) do Rodrigo, não tem por que eu proceder a oitiva da Paula antecipadamente, penalizando-a também. Vamos aguardar e assim que um deles for eliminado será ouvido no hotel na quarentena. Mesmo que algum deles venha a vencer, será ouvido logo depois. Isso já está ajustado com a emissora. Não tem necessidade de causar prejuízo adicional a qualquer um dos participantes. Decidi aguardar o momento oportuno para ouvi-los. Eles não vão fugir, desaparecer, não estão sob risco de nada”, argumentou o delegado.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!