Mais de 47 milhões podem ser vigiados por reconhecimento facial

reconhecimento facial
Pesquisa também faz o alerta sobre os perigos do alto investimento em vigilância por reconhecimento facial (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Um levantamento realizado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) aponta que cerca de 47,6 milhões de brasileiros podem estar sob vigilância de reconhecimento facial. Isso representa cerca de um quinto de toda a população.

De acordo com o estudo, há no mínimo 165 projetos de videomonitoramento com essa tecnologia. Na região Sudeste, cerca de 21,7 milhões de pessoas podem ser atingidas com essa tecnologia. No Nordeste são 14,1 milhões.

O trabalho ainda aponta que o estado da Bahia fez o maior investimento nesse tipo de tecnologia – R$ 728 milhões. Mas é o Goiás que tem o maior número de projetos ativos – 64.

Thalita Lima, coordenadora da pesquisa, afirma que o setor privado e o público precisam trabalhar melhor nas questões que envolvem a ferramenta. Seja para pensar melhor ou até mesmo para uma regulamentação mais detalhada.

“A gente tem estudos, desde 2018, que mostram que as tecnologias de reconhecimento facial são enviesadas e, portanto, vulnerabilizam principalmente grupos minoritários, como pessoas negras, mulheres negras em especial, pessoas não-binárias. Por isso, a gente precisa refletir quais são os riscos quando a gente usa essa tecnologia de forma tão ampliada no nosso espaço urbano”, explicou.

Ela também questiona os gastos realizados, principalmente nas cidades pequenas onde muitas vezes precisam de investimentos em questões mais urgentes.

“A tecnologia de reconhecimento facial, pelos levantamentos, não tem sido eficiente para modificar a experiência da insegurança nas cidades e os indicadores de segurança pública. E é muito cara. Será que vale a pena investir em algo que a gente sabe que não vai dar certo?”.

Com Agência Brasil

Edição: Lucas Negrisoli
João Lages[email protected]

Repórter no BHAZ desde setembro de 2023. Jornalista com 4 anos de experiência em veículos de comunicação. Fez cobertura de casos que têm relevância nacional e internacional. Com passagem pela RecordTV Minas, também foi produtor e editor de textos na Record News.

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