Amiga que matou adolescente é indiciada junto com namorado, pai e sogro

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Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, foi morta pela amiga (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu o inquérito sobre a morte de Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, em Cuiabá, no dia de 12 julho deste ano. A investigação aponta que a amiga da adolescente, também de 14 anos, atirou no rosto dela, e deve responder por homicídio doloso [quando há a intenção de matar], imprudência e imperícia. O namorado dela, o pai, a mãe e o sogro também foram indiciados.

Os adultos foram investigados pela Deddica (Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente). Já as responsabilidades relacionadas aos adolescentes foram apuradas pela DEA (Delegacia Especializada do Adolescente de Cuiabá). O inquérito foi presidido pelos delegados Wagner Bassi, da DEA e Francisco Kunze, da Deddica, e reuniu mais de mil páginas em oito volumes de documentos com depoimentos, imagens, relatórios de análises de aparelhos celulares e laudos periciais.

Em coletiva de imprensa nessa quarta-feira (2), a Polícia Civil e a Politec apresentaram os resultados da investigação e das perícias realizadas para esclarecer o crime, ocorrido em uma residência no condomínio Alphaville, no dia 12 de julho deste ano, em Cuiabá. Os autos de apuração dos delitos foram encaminhados à Vara da Infância e Juventude da Capital. O inquérito policial que apurou a conduta dos adultos foi remetida à Justiça comum. Em ambos os casos, a Justiça mandará os documentos para o Ministério Público Estadual.

Amiga assumiu risco por disparo

A investigação reuniu imagens de vídeo, laudos periciais produzidos, depoimentos, relatórios de aparelhos de telefonia celular, relatório de vídeos e imagens, entre outros atos investigatórios. Tudo isso levou o delegado Wagner Bassi à convicção de que a adolescente que fez o disparo, no mínimo, assumiu o risco pela produção do resultado morte.

O delegado afirma que ela era devidamente capacitada para uso de armas de fogo, bem como nas regras e técnicas de segurança do armamento, tendo plena condição de saber se a arma estava ou não municiada. Além disso, a forma como ocorreu o disparo, a 1,44 metro de altura e a 20-30 centímetros do rosto da vítima, com acionamento do gatilho pela adolescente, confirmam a tipificação do ato infracional. Por fim, a versão da adolescente não é compatível com o conjunto dos elementos probatórios e laudos periciais.

Pai, sogro e mãe indiciados

Já o pai da adolescente foi indiciado por quatro crimes, entre eles o de posse de arma de fogo, porque tinha em sua residência armas de uso permitido, porém, em desacordo com a legislação, sem ser o titular ou responsável legal pelo armamento. Esse crime, de acordo com o artigo 12 da Lei 10.826/2003 tem pena prevista de detenção de um a três anos e multa.

Ele também foi indiciado por homicídio culposo, que ocorre sem intenção, por ter agido com imprudência e negligência ao deixar que a filha pegasse a arma com a qual foi feito o disparo que matou Isabele Ramos. Os outros dois indiciamentos são por fraude processual e pelo crime de entregar arma à adolescente, este previsto no Artigo 16, da Lei 10.826, cuja pena é de reclusão de três a seis anos e multa.

Já o pai do adolescente que levou as armas até a casa foi indiciado por omissão de cautela na guarda de arma de fogo. A mãe da adolescente que fez o disparo foi indiciada por omissão de cautela na guarda de arma de fogo.

O adolescente que levou duas armas à casa onde ocorreu a morte responderá por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo. Uma das armas, uma modelo Imbel 380, é a que foi disparada pela adolescente de 14 anos causando a morte de Isabele.

O crime

Isabele Guimarães Ramos morreu após ser atingida por um tiro diparado pela amiga dela, em um condomínio de luxo, na noite de 12 de julho, em Cuiabá, no Mato Grosso. De acordo com a PM (Polícia Militar), a amiga pegou a arma do pai dela, que é atirador esportivo. Ela foi atingida por um tiro na cabeça. Uma ambulância do Samu chegou ao condomínio Alphaville 1, onde o incidente aconteceu, mas a menina já estava morta. O crime ocorreu por volta das 22h30, e Isabele foi encontrada no banheiro da residência.

Com Polícia Civil do Mato Grosso

Edição: Aline Diniz
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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