Carnaval de BH: Aline Calixto critica falas de Álvaro Damião sobre megashows

Aline Calixto criticou medidas do prefeito em exercício, Álvaro Damião (Reprodução/redes sociais)

A cantora Aline Calixto entrou para lista de artistas com críticas à proposta da Prefeitura de BH de ter um megashow por dia no Carnaval 2026. Antes de subir no trio elétrico do bloco Filhas de Clara, nesse domingo (9) de despedida da folia, ela explicou o motivo de ser contrária ao projeto do prefeito de BH em exercício, Álvaro Damião (União Brasil).

“O Carnaval é uma festa e cultura popular. É também um ato político. É o sagrado e o profundo juntos. O Carnaval que foi construído e feito em Belo Horizonte nos idos de 2007, 2008 e 2009, quando começou na Praça da Estação, foi fruto de um protesto. Daí nasceu o Carnaval”, lembrou sobre o início dos blocos pelas ruas da capital mineira.

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“O Carnaval de Belo Horizonte é feito pelos blocos de Belo horizonte. Isso é importante que fique bem claro e registrado para o poder público, principalmente para o prefeito em exercício, que falou que cada dia do Carnaval de Belo Horizonte vai ter uma grande atração nacional. A atração nacional somos nós que fazemos esse Carnaval, no sufoco, todo santo ano. Teve bloco que quase não saiu e não foi só o Filhas de Clara. Temos vários blocos tradicionais com dificuldades para sair. Então, a gente precisa entender que é uma festa que a gente quer que cresça. É natural. Vai crescer, mas tem que saber para onde vai crescer e a quem vai beneficiar”, concluiu.

O BHAZ procurou a Prefeitura de Belo Horizonte para comentar as declarações da cantora Aline Calixto e aguarda retorno.

Controvérsia

Bárbara Menucci, presidente da Belotur, autarquia belo-horizontina responsável pela festa, revelou a vontade de Damião sobre os megashows após a apresentação histórica do DJ Alok na avenida Afonso Pena, na terça-feira de Carnaval. A festa reuniu mais de 500 mil pessoas na via, que se transformou em um mar de foliões.

“Essa foi a orientação do prefeito e todo time vai trabalhar para colocar de pé na rua e garantindo os tradicionais blocos de rua e escolas de samba que são a essência do carnaval também”, disse Bárbara à época.

Questionada pelo BHAZ sobre a iniciativa, Bárbara Botega, secretária-adjunta de Comunicação do Governo Zema e responsável por importantes ações do Carnaval em Minas Gerais, viu com ressalvas a proposta.

“Quanto mais a gente se afasta da nossa essência, mais chances a gente tem de se perder”, declarou. “Obviamente, o Carnaval de Belo Horizonte se mostrou uma vitrine maravilhosa, tanto que Alok resolveu vir para cá e fazer o evento. Acredito que a tendência é esta e é bastante positivo que a gente entender desta maneira, mas sem a gente descuidar da nossa essência e dos nossos artistas”, completou.

Em seguida, a Associação dos Blocos de Rua de Belo Horizonte (ABRA-BH) emitiu uma nota assinada por representantes de 54 blocos também repudiando a iniciativa.

Pablo Nascimento

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