Bárbara Victória: Advogada da família aponta mais suspeitos no crime e ‘premeditação’

advogada da família de bárbara victória
Segundo Aline Fernandes, o principal suspeito gesticulou “de maneira articulada nas ruas que tinham câmeras” para não levantar suspeitas (Reprodução/Redes sociais)

A advogada da família de Bárbara Victória acredita que a sequência de violências que resultaram na morte da menina de 10 anos foi premeditada. A criminalista Aline Fernandes ainda aponta que existem indícios de que mais pessoas participaram no crime, a partir de levantamentos próprios realizados pelo escritório dela.

Em conversa com o BHAZ, a advogada Aline Fernandes conta que começou uma investigação defensiva – desvinculada à realizada pela Polícia Civil de Minas – para apurar as circunstâncias do assassinato da criança, que foi encontrada morta em Ribeirão das Neves após sair para comprar pão.

“A investigação defensiva é uma prática muito utilizada no meu escritório nos casos complexos, homicídios e falsas acusações. O objetivo é apurar os fatos e auxiliar na celeridade da conclusão das investigações”, diz.

Segundo Aline, a família de Bárbara ficou inconformada quando o principal suspeito, Paulo Sérgio de Oliveira, foi liberado pela polícia após prestar depoimento. Assim, ela decidiu agir de forma autônoma para agilizar a conclusão das investigações.

Premeditado e ‘extremamente cruel’

As investigações do caso Bárbara Victória estão sendo conduzidas pela Polícia Civil desde que o corpo da menina foi encontrado. De forma paralela, a advogada da família espera que o procedimento autônomo auxilie na agilidade das descobertas.

Embora o delegado responsável afirme que o crime não foi premeditado, Aline acredita que Paulo Sérgio agiu de maneira planejada.

“Todos os fatores me levam a crer na premeditação, inclusive o fato de o suspeito gesticular de maneira articulada nas ruas que tinham câmeras, para não levantar suspeitas”, explica Aline à reportagem.

O crime

Bárbara Victória Rodrigues desapareceu no dia 31 de julho ao sair de casa, à tarde, para comprar pão em uma padaria de Venda Nova. O corpo da criança foi encontrado dois dias depois em um campo de futebol no bairro Landi 2ª Seção, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Na ocasião, a Bárbara estava com a camisa do Atlético, mas sem o short amarelo que usava na última vez em que foi vista. Imagens de câmeras de segurança mostram a menina correndo na rua com uma sacola de pão, após passar na padaria.

A perícia concluiu que a menina foi vítima de violência sexual e morta por asfixia no domingo, 31 de julho, mesmo dia em que foi vista pela última vez em uma padaria de Ribeirão das Neves.

O principal suspeito

O material genético de Paulo Sérgio de Oliveira, 50 anos, foi encontrado no corpo da vítima. O homem foi visto nos mesmos registros e apontado como o principal suspeito. Após intensa mobilização popular e repercussão do caso na mídia, Paulo se suicidou na casa de uma tia (entenda aqui).

De acordo com o delegado Fábio Werneck, responsável pelas investigações do caso na Polícia Civil, o suspeito era próximo da família de Bárbara. O inquérito que investiga o crime ainda não foi concluído.

“Na sexta-feira, dia 29, o Paulo prestou serviços básicos de elétrica na casa dos pais da menina. A vítima estava no momento, mas segundo a mãe eles não chegaram a conversar, não ficaram sozinhos. Cinco anos atrás, aproximadamente, a família da Bárbara, inclusive ela, morava perto da casa do Paulo. Esse imóvel pertence a familiares do Paulo”, explicou em coletiva de imprensa.

Mais pessoas envolvidas

A investigação própria da criminalista aponta que Paulo Sérgio não teria agido sozinho. Para ela, mais pessoas participaram do crime.

“Cheguei a essa conclusão colhendo depoimento de alguns vizinhos, transeuntes e comerciantes da região. Infelizmente acredito firmemente que Paulo teve ajuda para cometer o crime e essa pergunta precisa ser respondida!”, afirma.

No último sábado, Aline fez um apelo para que as pessoas parem de compartilhar fotos do corpo de Bárbara. A profissional ressalta que a prática pode configurar crime de vilipêndio, que se configura quando há violação da dignidade humana. A pena para esse tipo de crime varia de 1 a 3 anos de prisão.

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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