No início deste ano, o Carnaval de rua já havia sido cancelado em diversas capitais do país, com o objetivo de conter aglomerações durante o que é considerado um período festivo para o brasileiro. Em BH, por outro lado, o momento tem sido usado como pretexto para “cair na folia” desde ontem (25), quando o município passou a registrar várias celebrações que reuniram multidões na capital mineira. A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) afirma que está com equipes fiscalizando a folia.
Dentre outros locais que protagonizaram eventos de Carnaval, uma multidão foi avistada abaixo do Viaduto Santa Tereza, na região Central de Belo Horizonte, na madrugada deste sábado (26). Em imagens gravadas por volta das 2h30, é possível ver centenas de pessoas concentradas ouvindo música alta e festejando no meio da rua. Confira abaixo:
Em outros pontos badalados de BH, como na Sapucaí, localizada no bairro Floresta, não foi diferente. Embora o período de descanso e comemoração seja tão esperado por muitos, o agravante do cenário epidemiológico atual do novo coronavírus na capital divide opiniões. Assim, muitos cidadãos condenam as aglomerações de festividade.
Vale dizer que, enquanto alguns internautas acreditam que outras multidões recebem menos atenção negativa que o Carnaval – e que essa visão deveria mudar -, outros pontuam que o Brasil ainda registra muitas mortes pela doença. Na opinião dessas pessoas, gerar aglomerações somente perturba a ordem pública e contribui para os avanços do vírus em Belo Horizonte.
Em nota ao BHAZ (leia abaixo na íntegra), a prefeitura de Belo Horizonte afirmou que existem equipes designadas para fiscalizar as festividades. Esses grupos contam com fiscais de posturas, guardas civis e agentes de fiscalização sanitárias, que estão recebendo denúncias sobre eventuais aglomerações nas ruas da capital. Assim, a PBH se empenha em monitorar o uso dos espaços públicos enquanto durar o período do Carnaval.
Confira os principais tuítes:
O povo não se conformou com a privatização do Carnaval em BH, desceu pra rua e fez o seu próprio Carnaval pic.twitter.com/T4pb2UI8ul
— Gay da Física ⚛️⚖️ (@gaydafisica) February 26, 2022
O Carnaval de rua já tá rolando em BH. E todo mundo sem máscara. E as mais de 900 mortes por dia de Covid no país? Carnaval é uma coisa e Pandemia é outra? Não acontecem no mesmo lugar?#APandemiaNaoAcabou
— Jane Costa (@JaneCostaJSK) February 26, 2022
gente? umas ruas ontem aqui de bh ficaram LOTADAS por causa do início do carnaval. o pior é o povo fazendo questão de exibir o rolê com aglomeração. as pessoas estão anestesiadas em relação ao covid, né? porque a pandemia não acabou
— Фернанда (@frnndpunk) February 26, 2022
Teve um bloco ontem em plena Sapucaí em BH. A mesma pessoa que me julgou por ir no shopping quando havia liberação tava lá ontem, ela era do fique em casa…
— Jéssica de 🏠 nova (@jejesocial) February 26, 2022
Eu entendo o surto, sabe? Só que o combinado era não ter Carnaval.
Justiça proíbe festas públicas e privadas, mas volta atrás
Nessa sexta-feira (25), a Justiça havia proibido eventos de Carnaval públicos e privados em Belo Horizonte. A decisão, que saiu no início da tarde de ontem, deveria ser aplicada a todas as festas que tenham “alta expectativa de propagação do vírus Covid-19 e que sejam impossíveis de serem realizadas as medidas sanitárias”. No entanto, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) recorreu da decisão e o TJMG derrubou a liminar.
“A prefeitura é obrigada a recorrer, nós vamos recorrer. Nós não podemos ter interferência assim. Nós conversamos com todo mundo, dialogamos, levamos pra dentro da prefeitura”, disse o mandatário, que acrescentou: “É uma decisão, temos que respeitar, mas vamos tentar derrubar na Justiça, que é o dever da prefeitura”, disse o líder municipal sobre o decreto.
A decisão judicial que determinava a proibição de festas de Carnaval em Belo Horizonte foi suspensa após recurso enviado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte). O desembargador e presidente do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) Gilson Soares Lemes argumentou que “não se verificou que o município de Belo Horizonte esteja incentivando aglomerações”.
Além disso, pontuou que “proibir a realização de eventos carnavalescos na capital, assim como impor ao município de Belo Horizonte a realização de fiscalização ostensiva em eventos privados quanto à exigência dos protocolos sanitários, o Juízo singular acaba por imiscuir-se em assuntos de competência municipal, inclusive no que tange à concessão de alvarás para a realização de eventos privados, o que representa grave lesão à ordem pública”, diz um trecho do documento.
Nota da PBH na íntegra
“Para a fiscalização no período de carnaval, a Prefeitura de Belo Horizonte instituiu 96 equipes de fiscalização Integrada, que contam com fiscais de posturas, guardas civis e agentes de fiscalização sanitária.
Essas equipes atuam em apoio as demandas do Centro Integrado de Operações, no atendimento de denúncias e na verificação de áreas de comércio e o uso de espaços públicos.”