Casa de Kdu dos Anjos no Aglomerado da Serra é finalista de prêmio internacional de arquitetura

casa aglomerado da serra
O resultado foi compartilhado pelo site ArchDaily nesta quarta-feira e a votação já está em aberto (Leonardo Finotti/Divulgação)

A casa do artista Kdu dos Anjos, localizada no Aglomerado da Serra e apelidada como “Barraco do Kdu”, é finalista do prêmio internacional de arquitetura na categoria “Casa do Ano”, promovido pelo site ArchDaily. O resultado foi compartilhado pela plataforma nesta quarta-feira (15) e a votação já está em aberto.

Outras quatro casas, localizadas na Alemanha, México, Índia e Vietnã, também são finalistas. Pelas redes sociais, Kdu comemorou a classificação e convocou os seguidores para uma verdadeira “força-tarefa” para que a casa dela saia como vencedora.

“Já somos top 5 do mundo! Única finalista brasileira! Continuem votando. Quem votou pode votar de novo, agora é do zero, uma nova competição! Que felicidade! Vota, vota, vota”, pediu ele. Para votar, basta acessar o link e clicar no projeto de Kdu.

‘Validação’ internacional

Em conversa com o BHAZ, o artista contou que tudo começou com o trabalho que realiza junto com o Levante, um coletivo de arquitetos focado na elaboração de projetos em favelas e periferias. Foi em um destes projetos que conheceu Fernando Maculan, que se tornou o arquiteto principal da casa.

“Eu apresentei para ele o terreno que eu já tinha aqui no aglomerado. Ele fez o projeto junto com o coletivo Levante e comecei a construir a casa em 2018”. Depois de dois anos de construção, o “Barraco do Kdu” estava de pé.

Kdu do Anjos conta que, no final de 2022, o projeto da casa no Aglomerado da Serra ficou entre os mais curtidos da internet. Na sequência, foi eleito um dos 50 mais interessantes do Brasil.

“Acho que é muito importante, principalmente para Belo Horizonte, porque a gente não está no circuito Rio-São Paulo, para as coisas aqui funcionarem a gente precisa de validação e, infelizmente, às vezes essa validação tem que ser internacional”.

Proposta inovadora

A casa de 66 metros quadrados foi construída, propositalmente, com tijolos expostos, sem reboco e pintura. “Ela é uma casa que tem uma pegada industrial. A gente não tem energia elétrica ou cano dentro das paredes, é tudo externo”.

Ele destaca ainda a disposição dos tijolos na horizontal. “Além de ter uma estética rústica, ele consegue espantar o calor por ser deitadinho”, diz.

“O chão é de cimento queimado. Os pedreiros falavam que eu tinha que colocar porcelanato pela estrutura da obra, mas queria cimento queimado, que lembra casa de vó”.

Outro fator chave no projeto são as três principais janelas, que se comportam como portas. “É como se fosse uma folha que abre de fora a fora, então a casa fica totalmente escancarada para receber ventilação”.

“É uma casa pequena, mas ela sustenta todo o beco. É a última casa do beco e ela sustenta todo o beco, que deve ter umas quinze casas”, conta orgulhoso.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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