Nova reunião entre representantes da BHTRANS e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), realizada na manhã desta segunda-feira (24), terminou sem um acordo sobre o reajuste das passagens de ônibus na capital mineira. Na semana passada, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) acompanhou a divulgação dos resultados de uma auditoria feita em contratos vigentes com as companhias do setor. O estudo, que analisou 104 mil documentos, aponta que a tarifa ideal para cobrir todos os gastos operacionais e de manutenção dos veículos seria de R$ 6,35.
Entretanto, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) considerou os valores inviáveis e fez uma contraproposta para as empresas na última sexta-feira (21). O município aceitou reajustar a tarifa para R$ 4,50, desde que as concessionárias contratem 500 agentes de bordo, mais conhecidos como cobradores, e coloquem 300 ônibus novos nas ruas.
Na saída da reunião, Joel Paschoalin, presidente do Setra-BH, reafirmou que a proposta feita é inviável. Questionado sobre a recontratação de cobradores, o representante das empresas respondeu: “Em cima do que está proposto, nós não temos condições financeiras de fazer por enquanto. Então vamos reunir para ver uma outra proposta ou que decisão nós vamos tomar”. Além disso, ele disse que espera melhorias nas condições oferecidas pela prefeitura, como a ampliação de faixas exclusivas para o ônibus, com o intuito de diminuir o tempo das viagens e tornar o serviço mais produtivo.
Por outro lado, o presidente da BHTrans, Célio Bouzada, disse que a prefeitura não irá recuar em relação à proposta apresentada. “Reconhecemos, por exemplo, que o óleo diesel aumentou em 24% nos últimos dos dois anos. Então a gente sabe que tem um custo ocorrendo. Mas o prefeito está é preocupado com a capacidade de pagamento da população, então não pode ser um aumento exorbitante, preocupado com a qualidade do serviço, por isso a exigência de ônibus novos, e preocupado com a classe trabalhadora, que são os cobradores. Disso nós não abrimos mão”, disse, ao final da reunião.
Indefinição de valores
Apesar do resultado apontado pela auditoria, a Associação Nacional de Trasportes Públicos (ANTP) calcula que a tarifa do transporte público de Belo Horizonte deveria variar entre R$ 5 e R$ 5,61, a partir da observação de valores registrados em tabela. A prefeitura também considera os valores altos.
Enquanto nada é decidido, o belo-horizontino continuará pagando R$ 4,05 pela tarifa regular.
