Justiça concede liberdade a ex-namorado de Monique sob fiança de um salário mínimo

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Ex-namorado de Monique foi condenado por feminicídio (Reprodução/Redes sociais)

O engenheiro Luiz Gustavo Lopes Silva, principal suspeito da morte da estudante Monique Ferreira da Costa, teve a liberdade concedida na tarde desta segunda-feira (27). Ele está preso desde sábado (25) no Ceresp de Contagem após tentar entrar na casa da vítima para retirar de lá objetos relacionados ao crime.

Decisão da juíza Marina de Alcântara Sena determina que o investigado pague fiança no valor de um salário mínimo para deixar a prisão. Segundo consta no despacho, Luiz não poderá sair da região metropolitana de BH nem mudar de endereço pelos próximos 8 dias.

Ao BHAZ, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) informou que o investigado “permanece preso à disposição da Justiça”.

‘Sensação de impunidade’

Luiz Gustavo Lopes Silva foi preso em flagrante no último sábado pelo crime de fraude processual. Ele foi detido no apartamento da vítima ao tentar retirar objetos possivelmente relacionados ao crime.

A Polícia Civil havia representado pela conversão da prisão do suspeito pelo crime de feminicídio. Às autoridades, o homem confessou que tinha planos de fugir para São Paulo.

Quando recebeu voz de prisão, o engenheiro ele estava acompanhado por um amigo, um chaveiro e um motorista de caminhão, contratado para fazer o transporte dos objetos, como a cama e o colchão da vítima.

Em conversa com a reportagem, a advogada da família de Monique, Tereza Cristina Grossi, conta que estão todos “consternados, indignados e com medo” após a decisão desta segunda-feira.

“A família conseguiu que ele fosse preso sábado, o que dava a impressão de que a Justiça estava sendo feita. O delegado havia indexado uma fiança de 100 salários mínimos que foi agora minorada em um salário. Isso gera uma sensação de impunidade”, disse.

Morte pro estrangulamento

As investigações da Polícia Civil apontam que a estudante Monique Ferreira da Costa foi agredida e morta por estrangulamento. Em coletiva concedida hoje (27), a Polícia Civil informou que o corpo dela foi encontrado debaixo do Viaduto Vila Rica, em Itabirito, enrolado em um plástico bolha e um cobertor.

As apurações tiveram início depois que a mãe da jovem registrou o desaparecimento da filha na Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), no dia 15 de fevereiro. Durante relato, a mulher apresentou plena convicção de que algo teria acontecido à filha, apontando ainda o namorado da jovem como principal suspeito pelo desaparecimento.

Nesse dia, o investigado acompanhou à mãe da vítima até a delegacia e afirmou não saber o que teria acontecido à então namorada. Segundo relatos, a jovem foi vista pela última vez na feira do Palmital, em Santa Luzia, onde trabalhava com a mãe.

Por meio da análise de imagens de circuitos de segurança, a polícia constatou que a vítima, após o trabalho, teria ido para casa, no município de Contagem, onde foi morta.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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