A chegada das patinetes elétricas em Belo Horizonte faz com que várias pessoas utilizem os equipamentos para se locomover pelas ruas e avenidas da cidade. No entanto, a novidade disponibilizada aos belo-horizontinos desde o começo de 2019 fez com que o número de pessoas que estão dando entrada no hospitais com traumatismo craniano aumentasse consideravelmente.
Em conversa com o BHAZ, Marcelo Lopes, diretor assistencial da Rede da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), disse que, desde janeiro, a equipe médica dos hospitais ligados à fundação levaram um “susto” com o aumento de casos. “Nós não sabíamos o que estava acontecendo, foi um susto muito grande. De repente chegou uma pessoa falando que tinha caído de patinete e não tínhamos ciência desta nova forma de locomoção na cidade e o número aumentou”, disse.
Com a crescimento de vítimas, Marcelo conversou com algumas delas para saber como os acidentes aconteceram. “A maioria fala que caiu por acelerar e frear de forma brusca”, conta.
O médico critica a maneira como as patinetes foram disponibilizadas aos cidadãos e fala sobre os atendimentos nos hospitais. “Tinha que ter alguma orientação para as pessoas, pois elas estão utilizando os aparelhos sem o devido conhecimento. Apesar de ainda não termos estatísticas dos atendimentos, em média, estamos recebendo de três a quatro pessoas com traumatismo craniano por dia”.
Segundo o médico, a maioria dos atendimentos acontecem no João XXIII e para ele isso ocorre por conta da proximidade dos equipamentos com o hospital. “Temos perspectiva de que os atendimentos continuem crescendo, pois o número de usuários está aumentando na capital. Próximo ao HPS temos muitas patinetes disponíveis e por lá concentram o maior número de atendimentos”, disse.
A maioria dos casos de traumatismo atendidos pela Fhemig ocasionados pela queda de patinete é de gravidade leve. “Nós temos três tipos de traumatismos: grave, moderado e leve. Graças a Deus que a maioria é leve. Mas precisamos destacar que quanto maior a velocidade, maior será a chance da gravidade da lesão”.
Capacete
Uma das formas apontadas pelo médico para que os acidentes diminuam é o uso do capacete. “As empresas precisam estimular o uso desse equipamento de proteção, pois ajudaria as pessoas em caso de quedas”, opina.
A Yellow, umas das empresas que disponibilizam os patinetes em BH, informou ao BHAZ que o uso do capacete não é obrigatório nas patinetes, somente para bicicletas elétricas. Apesar da não obrigatoriedade, a empresa informou que realiza a distribuição de capacetes nas “praças onde os serviços são ofertados” e que no aplicativo é informado como a pessoa deve utilizar o aparelho.
A Grin também sugere o uso de capacete, mas como sugestão, apenas.
Desrespeito à idade mínima e falta de regulamentação
Matéria divulgada pelo BHAZ na última semana explica que uma das regras básicas de segurança de aplicativos como Yellow e Grin, outra marca que oferece o serviço de patinetes, é desrespeitada: o uso dos equipamentos é permitido somente por pessoas maiores de 18 anos. Além disso, não há uma regulamentação específica para os equipamentos. Leia aqui na íntegra.