“Se o povo está saindo na rua, que saia, não tem problema nenhum. Nós não temos autoridade para proibir que ninguém saia na rua”. É o que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) falou nesta terça-feira (1°) sobre os bloquinhos que estão reunindo centenas de pessoas no Carnaval em BH.
Para Kalil, o objetivo da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) era evitar que 4 milhões de pessoas saíssem às ruas como nos carnavais usuais na capital, patrocinados pela administração municipal. Segundo ele, a missão foi cumprida.
“Nós estamos numa democracia, já pensou se eu for prender quem sai de abadá batendo tambor na rua? Nós fizemos o que nós tínhamos que fazer dentro de uma coerência técnica e sanitária. Nós não queríamos 4 milhões de pessoas se aglomerando e isso foi evitado”, disse o prefeito em entrevista concedida durante visita à Horta Comunitária Coqueiro Verde.
“Agora, quem sair na rua, quem tocar tambor, quem sair gritando e cantando, o que a prefeitura vai fazer além de assistir? Legal, estão saindo, estão felizes. Vamos cuidando de gente e fazendo coisa para a gente, e não temos autoridade pra proibir ninguém de sair na rua”, completou.
Ainda durante a entrevista, Kalil também reclamou do fechamento do comércio durante o Carnaval e direcionou as críticas à CDL/BH (Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte), apontando supostas intenções políticas da entidade (leia aqui).
Horta comunitária
O prefeito Alexandre Kalil e a esposa, Ana Laender, visitaram nesta manhã a Horta Comunitária Coqueiro Verde, no bairro Conjunto Paulo VI, região Nordeste de BH. A primeira-dama é diretora do Movimento Gentileza, que realiza projetos dedicados à inclusão social e cultural e à requalificação do espaço urbano.
Na visita, Kalil entregou novos equipamentos de proteção e manejo aos agricultores urbanos que atuam no local. Esta foi a última de cinco entregas previstas pelo projeto Agroflorestas e Hortas Urbanas, realizado pelo Movimento Gentileza em parceria com a PBH.
A horta fica em uma área de 16 mil m² antes ocupada por um aterro sanitário. “Esse projeto é fundamental para a gente e enfeita a nossa comunidade. Nossa produção é importante”, disse um agricultor durante a visita.
De acordo com o Movimento Gentileza, a horta oferece uma alternativa de alimentação saudável aos moradores, além da complementação de renda aos agricultores, em sua maioria idosos, que podem vender os produtos.
“É um projeto muito bacana. A modernidade não vem só com TI, com tablet, isso é uma lição de modernidade. O que temos feito é para que a comunidade ocupe, cuide, que o meio ambiente entre, junto com a ação social”, disse Kalil sobre a iniciativa.
Hoje, BH conta com 43 unidades produtivas de agricultura urbana, entre agroflorestas e hortas. Ao todo, são 91 mil m² de área cultivada e mais de 300 agricultores cadastrados.