Os representantes de empresas e de motoristas de ônibus de BH não chegaram a um acordo em reunião nesta segunda-feira (22). O STTR-BH (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte) informou que a greve dos motoristas será mantida, mas também se comprometeu a cumprir a frota mínima de viagens, que é de 60%.
De acordo com o sindicato, a audiência convocada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) nesta manhã “não trouxe nenhum indicativo almejado pela categoria”. Uma nova reunião está marcada para esta terça-feira (23), às 14h30.
“O sindicato reafirma a importância dos trabalhadores cumprirem as determinações judiciais, inclusive quanto à escala mínima, a fim de garantir que nossa greve seja realizada dentro da legalidade”, afirma o presidente do STTR-BH, Paulo César da Silva.
Greve em BH
Na última quinta-feira (18), o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte informou que os motoristas de ônibus de BH iniciariam uma greve a partir de hoje. A entidade reivindica um reajuste salarial aos profissionais.
Com o anúncio, o TRT decidiu que a paralisação deveria cumprir uma cota mínima de 60% de viagens, sob multa diária de R$ 50 mil. Mas, segundo a BHTrans, o percentual não foi cumprido nesta manhã.
Ainda hoje, o presidente da BHTrans, Diogo Prosdocimi, informou que notificaria o TRT para que as empresas e trabalhadores de ônibus cumprissem o mínimo de viagens determinado pela Justiça. Um levantamento da BHTrans das 10h30 de hoje mostra que nenhuma das estações cumpriram a frota mínima de 60% de viagens.
Depois da audiência, o STTR-BH se comprometeu a cumprir a quantidade mínima de viagens determinada pela Justiça.
Reivindicações
O presidente do sindicato, Paulo César Silva, explicou ao BHAZ na última quinta-feira que a categoria já está entrando no terceiro ano sem reajustes tradicionais. Os trabalhadores já haviam decretado estado de greve desde a semana anterior, após decisão feita em assembleia.
No estado de greve, os trabalhadores alertam que podem deflagrar uma paralisação a qualquer momento. “Como ninguém nos chamou para conversar, optamos por já enviar o aviso de greve à prefeitura, às empresas e às forças de segurança, começando à meia-noite da segunda”, diz o presidente.
Paulo César Silva defende que os motoristas de BH trabalharam durante toda a pandemia de Covid-19, se expondo a riscos. “Passamos por todas as mazelas, em ônibus cheios sem higienização, cumprimos nosso papel e não recebemos nenhum reajuste”, defende.
Paulo César ainda pede desculpas à população de BH pela greve, mas afirma que “não tinha outro caminho”.
Os motoristas de ônibus pedem um reajuste de 9% nos salários, além do reajuste do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Confira as outras reivindicações feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de BH que levaram à greve:
- Ticket de alimentação de R$ 800,00;
- Pagamento do ticket no atestado;
- Remoção do banco de horas;
- Abono salarial 2019/2020;
- Retirada da limitação do passe livre;
- Manutenção do passe livre para o afastado;
- Melhoria no plano de saúde.
Nota do STTR-BH
“A diretoria do Sindicato dos Rodoviários de BH (STTRBH) enaltece a categoria pelo o grande movimento grevista realizado em Belo Horizonte. A paralisação cumpre todos os tramites legais, inclusive, decretada e anunciada desde o dia 18 de novembro, como forma de minimizar os impactos aos usuários do transporte coletivo. Além disso, os trabalhadores vêm obedecendo, como orientado pelo Sindicato, a determinação (0011596-40.2021.5.03.0000) de manter o efetivo mínimo de ônibus operando.
Nesta segunda-feira, 22, ocorreu uma audiência (virtual), convocada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que, infelizmente, não trouxe nenhum indicativo almejado pela categoria. Entretanto, uma nova audiência será realizada na terça-feira, 23, as 14:30, com o objetivo de avançar nas discussões e buscar um entendimento que seja benéfico para o trabalhador.
Diante disso, a diretoria do STTRBH informa que o movimento grevista permanece por tempo indeterminado, mas ressalta o compromisso de manter a escala mínima. ‘O sindicato reafirma a importância dos trabalhadores cumprirem as determinações judiciais, inclusive quanto à escala mínima, a fim de garantir que nossa greve seja realizada dentro da legalidade’, afirma o presidente do STTRBH, Paulo Cesar da Silva”.