O presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu a um usuário do Twitter sobre a imposição de sigilo em “assuntos polêmicos” que o envolvem. Em troca de mensagens nessa quarta-feira (13), o governante disse para o internauta que “em 100 anos” ele saberia o motivo do sigilo. Em mais de uma ocasião, o presidente tornou confidencial alguma informação ligada a ele e aos familiares.
“Presidente, o senhor pode me responder por que todos os assuntos espinhosos/polêmicos do seu mandato, você põe sigilo de 100 anos? Existe algo para esconder?”, questionou o usuário do Twitter Lucas Elias Bernardino, comentando em uma publicação de Bolsonaro que critica a legalização do aborto.
“Em 100 anos saberá”, respondeu o presidente ao internauta.
Lucas ainda respondeu novamente a Bolsonaro: “Presidente, me parece um tanto quanto cômodo para o senhor e péssimo para toda a população, porque se a ‘verdade é o que nos libertará’, 100 anos não é muito tempo não?”.
Nos comentários, apoiadores e críticos do presidente dividiram opiniões sobre a troca de mensagens. Enquanto seguidores consideraram que essa foi uma “mitada” de Bolsonaro, opositores desaprovaram o deboche sobre o assunto. “Transparência e verdade é algo que você e seus filhos tem medo, né? Quem não deve, não teme”, respondeu um deles.
Sigilos de Bolsonaro
Em janeiro do ano passado, o Palácio do Planalto impôs sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação do presidente Jair Bolsonaro (PL). O sigilo também vale para qualquer informação sobre as doses de vacinas que o mandatário tenha recebido ou vá receber.
A informação foi divulgada pelo colunista Guilherme Amado, da revista Época. Em resposta a uma solicitação que a coluna fez por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação), a presidência da República afirmou que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente.
Em julho de 2021, também foram tornadas confidenciais as informações sobre os crachás de acesso ao Palácio do Planalto emitidos em nome de Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente. Na ocasião, os dados foram solicitados pela revista Crusoé. Novamente foi utilizada a justificativa de que as informações estavam relacionadas “à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos familiares” do presidente.
Em junho do mesmo ano, o sigilo também foi imposto ao processo interno do Exército que apurou a participação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em um ato político no Rio de Janeiro. A manifestação em apoio de Bolsonaro promoveu aglomeração em um dos momentos mais críticos da pandemia.