Caso Richthofen: Como estão os envolvidos, 20 anos após crime que chocou o país

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Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos ainda cumprem pena pelo assassinato de Manfred e Marisia von Richthofen (Reprodução/Redes sociais)

Há duas décadas, um crime bárbaro estampava os noticiários de todo o país. Manfred e Marisia von Richthofen, casal da classe média alta paulista, foram encontrados mortos na mansão em que moravam com os dois filhos na Zona Sul de São Paulo.

O crime, inicialmente tido como um latrocínio, dez dias depois ganharia requintes ainda mais cruéis. Os dois foram assassinados a pauladas enquanto dormiam, em 31 de outubro de 2002, pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. A própria filha, Suzane von Richthofen, teve participação no crime.

A motivação seria a recusa de Manfred e Marisia em aceitarem o relacionamento de Suzane com Daniel. Os jovens, na época com 18 e 21 anos, foram condenados a 39 anos de prisão pelo crime. Já Cristian, pegou uma pena de 38 anos.

No ano passado, dois filmes baseados nos autos do crime foram lançados na plataforma Prime Video. “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais” revelam as diferentes versões de Suzane e Daniel sobre os assassinatos. Veja abaixo como estão os envolvidos no crime 20 anos depois:

Suzane von Richthofen

Na época do duplo homicídio, Suzane von Richthofen tinha apenas 18 anos e estudava direito na PUC de São Paulo. Naquele ano, ela foi para a Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, onde cumpre a pena desde então.

Dentro da penitenciária, ela chegou a ter um romance com a também detenta Sandra Regina Gomes, conhecida como “Sandrão”, relacionamento que acabou pouco tempo depois.

Desde 2015, ano em que passou para o regime semiaberto, o nome de Suzane ressurge no noticiário devido as “saidinhas” da prisão em feriados e datas comemorativas, como Dia das Mães e Natal.

Em setembro do ano passado, a detenta foi autorizada pela Justiça a cursar biomedicina na Universidade Anhanguera, em Taubaté, no interior de São Paulo. Durante a semana, Suzane von Richthofen deixa a prisão às 17h para assistir às aulas e precisa retornar até às 23h45.

Em outubro deste ano, ela foi flagrada apresentando um trabalho sobre maternidade na 11ª edição do Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (Cicted), evento acadêmico na Universidade de Taubaté.

Daniel Cravinhos

Já Daniel Cravinhos, ex-namorado de Suzane, tinha 21 anos na época do crime. Ele trabalhava como aeromodelista e teria conhecido a estudante durante as aulas da atividade que dava ao irmão mais novo dela, Andreas von Richthofen.

Preso na Penitenciária de Tremembé, Daniel passou a cumprir a pena regime semiaberto a partir de 2013. Cinco anos depois, ele foi beneficiado pela concessão do regime aberto e agora cumpre o restante da pena em liberdade.

Enquanto ainda estava preso, em 2014, Cravinhos se casou com a biomédica Alyne Bento, irmã de um colega de cela. Na época, a jovem relatou em entrevistas que chegou a perder dois empregos após o relacionamento dela com Daniel vir a público.

Cristian Cravinhos

Condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen ao lado do irmão caçula, Cristian Cravinhos cumpre pena na Penitenciária 2 de Tremembé. Em 2017, o detento passou a cumprir a sentença em regime aberto, mas perdeu o benefício.

Ele foi novamente detido em abril de 2018 suspeito de agredir uma mulher e tentar subornar policiais durante uma briga em um bar de Sorocaba, no interior de São Paulo. Em março deste ano, a Justiça concedeu a Cristian a progressão ao regime semiaberto.

Assim como Suzane, agora ele obteve o benefício a saídas temporárias e também pode deixar a unidade prisional para trabalhar. Em 2020, Cristian moveu uma ação na Justiça contra as empresas de streaming Netflix, Amazon e Looke em que exige o pagamento de R$ 500 mil por dano moral e uso indevido da imagem. 

Andreas von Richthofen

Na época com 15 anos, Andreas foi levado por Suzane e Daniel para uma lan-house em Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo, no dia do crime. Depois do ocorrido, o adolescente passou a viver junto com a avó e um tio.

Em 2005, o jovem foi aprovado em terceiro lugar no curso de farmácia e bioquímica da USP (Universidade de São Paulo). Ele concluiu o curso e chegou a ser aprovado em um programa de doutorado da mesma universidade.

O consumo de drogas e álcool, porém, acabaram mudando o rumo da vida de Andreas. Em 2017, o jovem foi preso após invadir casas nas proximidades da mansão em que vivia com os pais antes do assassinato.

Naquele mesmo ano, Andreas foi detido em “atitude suspeita” durante uma ação da Polícia Militar na região da cracolândia. Ele foi internado na ala psiquiátrica do Hospital Municipal do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.

Em 2015, Andreas falou abertamente sobre o crime pela primeira vez, à Rádio Estadão. “Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento”, disse, em carta enviada a um promotor de Justiça na época.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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