Delegada diz que ao menos 40 cães morreram sob suspeita de intoxicação por petisco

cães intoxicados
Somente em Belo Horizonte, oito cães morreram em razão do consumo do produto (Reprodução + Arquivo pessoal)

Ao menos 40 cães morreram, no Brasil, sob suspeita de intoxicação após ingerirem petiscos da Bassar Pet Food. A informação foi divulgada pela Polícia Civil de Minas Gerais, nessa segunda-feira (5).

Segundo a delegada Danúbia Quadros, já são oito mortes confirmadas somente em Belo Horizonte. A princípio, os produtos identificados com suspeita de contaminação são o Every Day, sabor fígado (lote 3554), e o Dental Care (lote 3467).

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) determinou o recolhimento de todos os lotes dos produtos da marca. A Bassar informou, por meio de nota ao BHAZ, que interrompeu a fabricação.

Atenção aos sintomas

De acordo com a Polícia Civil, tutores de pets que consumiram os lotes contaminados do petisco devem seguir atentos. Os sintomas mais comuns são convulsão, diarreia, vômito e prostração.

A orientação é procurar ajuda para que as autoridades tomem as devidas providências. “É importante que o tutor procure a delegacia mais próxima, leve o produto para que seja investigado se realmente este óbitos, essas intercorrências se deram em razão da ingestão do petisco”, disse a delegada Quadros.

Ministério manda fiscalizar comércios

O Mapa também determinou, ontem, a fiscalização dos distribuidores e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da Bassar Indústria e Comércio Ltda.

As equipes de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa continuam investigando os casos. Os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária do Ministério já estão analisando os produtos coletados.

Aos usuários, o Mapa orienta que formalizem as denúncias junto à Ouvidoria do Ministério munidos de informações sobre lote e data de fabricação dos produtos suspeitos. Já para fins de ressarcimento, consumidores devem entrar em contato com o fabricante ou com o estabelecimento.

Relembre o caso

Segundo a Polícia Civil, a suspeita é de que os petiscos foram contaminados por etilenoglicol. Isto é, uma substância tóxica que pode provocar diversas reações e, inclusive, levar à morte.

“O etilenoglicol é um composto classicamente nefrotóxico, causa danos renais, levando a insuficiência que é justamente o que está sendo verificado nos animais acometidos por essa intoxicação. Não é esperado de se encontrar em nenhum tipo de alimento, não é uma substância alimentícia, nem para animais, nem para humanos”, informou a perita Renata Fontes.

Além de Minas, outras mortes também foram registradas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe, Goiás, Distrito Federal.

Por meio de nota ao BHAZ nessa sexta-feira (2), a Bassar informou que interrompeu a produção da fábrica “até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos”.

A empresa também informou que está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário da fábrica, em São Paulo.

“De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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