Empresário que agrediu mulher em academia enviou caixão a primo: ‘Todo mundo sabendo da metástase, cancinho’

thiago brennand
Empresário fez piadas sobre a condição de saúde do primo e o apelidou de ‘Cancinho’ (Reprodução/Redes sociais + Reprodução/Fantástico)

As denúncias contra Thiago Brennand, empresário de São Paulo investigado por uma série de agressões, não param de surgir. Os crimes vieram à tona quando ele foi flagrado agredindo a aluna em uma academia de luxo no Shopping Iguatemi.

Além de vários outros crimes de agressão física, sexual, ameaças e perseguição, o Fantástico desse domingo (4) contou uma história estarrecedora dele com um parente.

Segundo a reportagem da Globo, Brennand mandou entregar um caixão e uma coroa de flores na casa de um primo com câncer. Eles tinha desavenças e o “presente” foi uma forma de ataque.

Em áudio enviado pelo WhatsApp, o empresário diz ao primo que “já tá todo mundo sabendo da metástase”. Ele chamou o parente de Cancinho, em alusão à doença: “Que pena, hein? Parece ferrugem no teu corpo, né?”, continua.

Coroa de flores

“Ele mandou uma coroa de flores também já pra mim. Jason do câncer, Cancinho, descanse em paz. Ele me chama de Cancinho”, explica o gastrônomo Jason Vieira, primo de Thiago Brennand.

De acordo com Jason, “ele nunca engoliu” as ameaças do primo e, por isso, sofre com a implicância dele. Os pais e irmãos de Thiago também seriam vítimas, apesar de serem trabalhadores e pessoas muito boas, segundo o primo.

De acordo com a reportagem, a família do investigado tem negócios no ramo hospitalar no Recife. “Na verdade, a gente tem que deixar claro que Thiago não é um empresário, é um herdeiro profissional”, avalia Jason.

O Fantástico entrou em contato com a Universidade de Oxford e apurou que, embora Thiago ostente o título de PhD nas redes sociais, não há registros de sua passagem pela instituição.

Crimes contra mulheres e agressividade

Ao longo da semana passada, a reportagem do programa recebeu novas denúncias contra Thiago. Os relatos incluem estupro, cárcere privado, agressões e ameaças. Uma das vítimas afirmou ter um vídeo íntimo filmado sem consentimento, além de ser forçada a tatuar as iniciais de Thiago.

Em contato com o Fantástico, o primo de Thiago envia um recado às mulheres que, de alguma forma, já foram violentadas pelo empresário.

“Eu queria encorajar todas as mulheres aqui de Pernambuco. Porque eu sei de mais de 20, 30, 40 casos dos mais diversos tipos. Seja de agressão, de estupro, que crie coragem pra que esse cara leve alguma punição”.

Para além da violência de gênero, o homem foi denunciado por outros episódios. Em dada ocasião, ele teria agredido um técnico de enfermagem dentro de um hospital em São Paulo.

O medalhista olímpico Doda Miranda, por exemplo, pediu à Justiça que proibisse Thiago de se aproximar dele e da família.

Agressão em academia

As novas denúncias vieram à tona depois que a empresária Helena Gomes, aluna da academia Bodytech, no Shopping Iguatemi, relatou ter sido agredida por Thiago Brennand.

Segundo conta, ela treinava no local no dia 3 de agosto deste ano quando o homem começou a dar voltas pela sala, “alterado”, sempre passando por ela.

Em dado momento, Thiago parou na frente de Helena e pediu que ela saísse dali, pois estaria “atrapalhando”. Quando ela se negou, os dois começaram a discutir e Helena ouviu que “mulher não gritava com ele”. Foi então que o suspeito deu um empurrão nela, gritando vários palavrões.

No momento em que Thiago se afastou, uma professora da academia e uma aluna chegaram perto de Helena para protegê-la. Ele, contudo, partiu para cima de todas elas e disse que cuspiria na vítima “porque ela merecia”.

Dentre os xingamentos, o agressor disse que Helena deveria ser uma “p***”. A outra aluna, que preferiu manter anonimato, contou ao Fantástico que Thiago começou a puxar o cabelo da vítima. Um professor do estabelecimento chegou a encontrar tufos de cabelo no local (leia mais aqui).

O Ministério Público de São Paulo denunciou o empresário nesse domingo, um mês após as agressões direcionadas a Helena. O procedimento segue sob sigilo de Justiça.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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