Ex-‘No Limite’ Matheus Pires é diagnosticado com varíola dos macacos; Minas tem 12 casos confirmados

Matheus Pires
Participante começou a sentir os sintomas da doença no início desta semana (Reprodução/TV Globo)

Matheus Pires, que participou do reality show “No Limite”, foi diagnosticado nessa quarta-feira (6) com a varíola dos macacos e precisou ser internado. Com isso, ele não vai participar da final do programa hoje (7). Em Minas Gerais, 12 casos da doença já foram confirmados, e outros 11 estão em investigação.

Em comunicado divulgado nas redes sociais, a equipe de Pires explica que ele começou a sentir os sintomas da doença no início desta semana. A infecção foi confirmada ontem, ele foi levado ao hospital e está estável. “Pedimos a todos que mandem energias positivas para que ele se recupere o quanto antes e possa logo estar de volta”, diz a nota.

Varíola dos macacos

O número de casos de varíola dos macacos, doença contagiosa que vem sendo monitorada pelo Ministério da Saúde, já soma 12 em Minas Gerais. Na manhã desta quinta-feira (7), a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) anunciou a confirmação nono caso da doença no município.

De acordo com a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), já foram notificados no sistema 34 casos suspeitos da doença no estado. Fora os 12 confirmados, 11 seguem em investigação e 11 foram descartados.

Dos 12 casos confirmados, dois retornaram de viagem ao exterior e 9 retornaram de viagens recentes ao município de São Paulo. Um paciente contraiu o vírus por contato com um dos casos que se deslocou para a cidade, e a fonte provável de contaminação dos 12 casos foi por contato íntimo.

Confira abaixo as informações divulgadas pela pasta a respeito dos casos descartados, em investigação e confirmados de varíola dos macacos em Minas Gerais:

CasosIdadeSexoMunicípio de residênciaData de confirmaçãoLocal de provável contaminaçãoAcompanhamento
133MasculinoBelo Horizonte29/06/2022ExteriorEstável, em isolamento domiciliar
231MasculinoBelo Horizonte02/07/2022São PauloEstável, em isolamento hospitalar
323MasculinoBelo Horizonte02/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar
433MasculinoBelo Horizonte05/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar
536MasculinoBelo Horizonte05/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar
638MasculinoBelo Horizonte05/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar
734MasculinoSete Lagoas05/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar
846MasculinoSete Lagoas05/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar
927MasculinoGovernador Valadares06/07/2022ExteriorEstável, em isolamento
1033MasculinoBelo Horizonte06/07/2022São PauloEstável, em isolamento
1128MasculinoBelo Horizonte06/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar
1232MasculinoBelo Horizonte06/07/2022São PauloEstável, em isolamento domiciliar

Protocolo emergencial

A Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) divulgou, no início de junho, um protocolo emergencial com dados informativos sobre a varíola dos macacos. O documento fornece orientações aos profissionais de saúde acerca dos principais sintomas, além de prevenção da doença (acesse aqui).

A transmissão do vírus ocorre principalmente por meio de gotículas – partículas respiratórias que exigem contato pessoal prolongado – ou por contato com lesões na pele. Uma pessoa também pode contrair a doença caso entre em contato com fluidos corporais de alguém infectado, ou ainda objetos recentemente contaminados pelos fluidos.

O período de incubação gira entre seis e 13 dias, mas pode variar de cinco a 21. Em relação à persistência do vírus em superfícies, há poucas evidências. Existem suspeitas de que a transmissão sexual possa ser outra via, mas a Fhemig destaca que não existem fatos que comprovem isso.

Principais sintomas

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados (íngua), calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora até formarem uma crosta, que depois cai.

Vale dizer que pessoas com comorbidades, como imunossupressão, estão sujeitas a quadros mais graves da doença. As lesões na pele podem gerar dores, ulceração e infecção bacteriana secundária, segundo o texto. Outras complicações podem incluir broncopneumonia, ceratite e ulceração da córnea, sepse, encefalite e até mesmo a morte.

Tratamento

Conforme o documento, não existem tratamentos específicos para a infecção pelo vírus. Os sintomas desaparecem naturalmente, mas a doença pode exigir cuidados clínicos sintomáticos ou de suporte para prevenir ou controlar complicações.

A Fhemig define como caso suspeito a “pessoa de qualquer idade, em país não endêmico para varíola dos macacos, que apresente erupção cutânea aguda inexplicável e que apresente um ou mais dos seguintes sinais ou sintomas, desde 15 de março de 2022: dor nas costas, astenia, cefaleia, início súbito de febre (>38,5 ºC), linfadenopatia”, entre outros.

O período de isolamento se inicia com o aparecimento dos sintomas e se estende até
quando as crostas das lesões desaparecem. A orientação é cuidar da erupção deixando-a secar e cobrindo-a com um curativo úmido. Além disso, é importante evitar tocar em feridas, na boca ou nos olhos.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu uma nota, no mês passado, reforçando a importância das medidas “não farmacológicas” como forma de combater a nova varíola de macaco. Por causa do aumento de casos, a agência reforçou a importância de medidas como distanciamento físico, uso de máscaras de proteção e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves.

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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